Nampula (IKWELI) – Quando ia ser crucificado, os algozes de Jesus Cristo, filho unigénito de Deus, iam procurando pelos que seguiam a Ele, com Ele rezava e conviviam, mas quase nenhum quis identificar-se com o Messias.
Uma novela de “salvamento” do povo macua está sendo “combatida” pela Arquidiocese de Nampula, sob punho do arcebispo dom Inácio Saure e o protagonista é o padre Fernão Magalhães Raul.
Até decide concorrer, pelo Movimento Democrático de Moçambique MDM), pe. Fernão Magalhães, do clero diocesano era paroquia em Cazuzu, no distrito de Murrupula, na paroquia da Santa Ana.
Um comunicado da Arquidiocese de Nampula explica que “depois do Arcebispo de Nampula ter conhecimento sobre a candidatura do padre Fernão Magalhães Raúl a governador de Nampula, através das redes sociais, foi chamado a explicar-se e a aconselhado fraternalmente e a retirar a sua candidatura por ser contrária à lei canónica”, afinando que no encontro o candidato pediu verbalmente ao arcebispo uma despensa temporária do ministério sacerdotal durante dois anos, o que não foi aceite, tendo sido instruído para fazê-lo por escrito para que a resposta ao ordinário fosse igualmente por escrito. “Uma vez negada por escrito, pelo arcebispo de Nampula, a dispensa temporária do ministério sacerdotal por ser canonicamente improcedente em ofício de 6 de junho de 2024, seguiram-se várias tentativas de persuasão do padre Fernão Magalhães a retirar a candidatura o que não possível, mas ao mesmo tempo ele dizia não estar disposto a deixar o ministério sacerdotal, o sacerdote negou obstinadamente abandonar a sua decisão até que entrou formalmente na campanha política eleitoral em curso no país”.
Assim posto, a igreja católica em Nampula decidiu por “abandonar” o clérigo, como também distanciando-se da sua ambição política. “A candidatura do reverendíssimo padre Fernão Magalhães é um assunto exclusivamente pessoal e nada tem a ver com Arquidiocese e com a igreja católica. O presente comunicado não dispensou o padre Fernão Magalhães, mas é uma medida que visa dissipar completamente quaisquer eventuais equívoco de povo de Deus e da sociedade em geral quanto ao posicionamento da igreja em relação a candidatura do referido sacerdote, se persistir na sua decisão a igreja católica poderá impor-lhe a pena canónica divinis, isto é de proibição de exercício de actos de direito do poder adquirido das ordens sagradas e, se não o fizer, poderá ser-lhe aplicado uma pena mais grave, sem excluir a possibilidade de perda do estado clerical”.
“Sou um cidadão moçambicanos com direitos protegidos pela Constituição”
O Ikweli contactou ao padre Fernão Magalhães, para dele saber o seu posicionamento em face ao juízo da igreja católica a que sempre serviu, tendo rebatido que a sua candidatura em torno do cumprimento de um dever como cidadão moçambicano.
“O meio muito eficaz que a igreja tem é o diálogo e este instrumento foi explorado, como o próprio o comunicado diz, porque não queremos fazer entender que a igreja enviou o padre Fernão para uma actividade dessa, a igreja não pode formar partido para reivindicar esses todos aspectos e fui educado lá e me envergonho a ter um povo, assim, por isso que aceitei esse papel para juntar me a eles, porque nós temos a dignidade de Moçambique e do Estado”, disse o clérigo, questionando: “Se não trabalharmos, quem vai fazer sobre nós?”. (Malito João)
