Ilha de Moçambique (IKWELI) – Até ao meio dia desta segunda-feira (8) já se contabilizavam perto de 100 vítimas mortais em consequência do naufrágio ocorrido ao largo da Ilha de Moçambique, província de Nampula, na tarde de domingo (7).
Segundo novos dados colhidos pelo Ikweli no terreno, a embarcação de pesca e de grande porte, teria sido mobilizada para socorrer pessoas que fugiam da cólera, em Lunga, no distrito de Mossuril. Retirada a rede de pesca, 140 pessoas embarcaram, maioritariamente mulheres e crianças, mas chegado próximo do bairro Quissanga, na Ilha de Moçambique, uma onda gigante desestabilizou o barco, tendo provocado o naufrágio, cujo número de vítimas tende a subir.
Uma fonte nossa envolvida nas buscas, garantiu, por volta das 0h desta segunda-feira que, devido a falta de iluminação, as buscas tinham sido suspensas, ao que viriam a ser retomadas a manhã desta segunda-feira.
Entretanto, mesmo por volta das 5h que tinha sido marcada a retoma das buscas não aconteceu, pois, a maré encontrava-se baixa, sendo que muitas embarcações acabaram ficando em terra.
“Não sabemos qual é a real capacidade, em termos de limite de pessoas, do barco, porque tratando-se de um barco de pesca fica difícil estimar isso”, disse um voluntário envolvido nas buscas.
No terreno, a captação de imagem foi difícil, pois as autoridades da Administração Marítima não facilitavam, segundo notou nosso correspondente no local.
Os dados da Polícia
Entretanto, a Polícia da República de Moçambique (PRM), em Nampula, convocou a imprensa na manhã desta segunda-feira para falar do assunto, mas com dados desactualizados.
A porta-voz da corporação, Nilza Chaúque, disse que a actualização dada pela Polícia Fluvial e Lacustre indicava 97 óbitos e o resgate de 13 sobreviventes, da embarcação em que seguia 130 pessoas.
“A polícia lacustre e fluvial fez-se ao terreno e das actividades desenvolvidas foi possível o resgate de 13 sobreviventes, ainda consta nos nossos dados que tivemos como óbito 97 tripulantes, os restantes encontram-se desaparecidos, neste momento há um trabalho que está a ser feito para o resgate dos mesmos”.
Segundo a porta-voz, os viajantes envolvidos no naufrágio procuravam refúgio na Ilha de Moçambique, alegadamente por temer morte por cólera no posto administrativo de Lunga no distrito de Mossuril.
“Pela fragilidade da população que queria se refugiar na Ilha devido a propagação da cólera no distrito de Mossuril, um cidadão aproveitou a situação, pediu em troca um valor para levá-los ao distrito da Ilha de Moçambique”.
Por outro lado, a fonte revelou que houve registo de agressão física grave no distrito de Memba, onde uma cidadã queimou as costas do parceiro por este não ter comprado a capulana para o dia 7 de Abril. (Aunício da Silva e Ângela da Fonseca)