Delegado da empresa Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM) na Zambézia agride editor do Jornal Txopela

Quelimane (IKWELI) – O editor principal do Jornal Txopela e da Rádio Chuabo FM, Gil Borges Namelo, foi alvo de agressões físicas, no último Sábado (13.08.2022), pelo delegado da empresa Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique na Zambézia, Agostinho Conde da Silva.

O facto ocorreu quando o jornalista, também editor da Rádio Chuabo FM, cobria uma presumível revolta de alguns munícipes que, no âmbito das comemorações dos 80 anos da cidade de Quelimane, que se assinala a 21 de Agosto, teriam instalado barracas para animar à efeméride, sob prévia autorização das autoridades municipais, na praça da Independência. Pelo facto de as barracas em referência terem sido construídas no espaço adjacente ao porto de Quelimane, o gestor da empresa exigiu a emoção das mesmas, o que gerou uma onda de insatisfação dos munícipes.

De acordo com o Jornalista agredido, o Presidente do Conselho Autárquico de Quelimane, Manuel Araújo, e o Delegado dos CFM, Conde Silva, deslocaram-se ao local do motim para uma reunião com os afectados pela decisão, como forma de acalmar os ânimos. Apercebendo-se que o Jornalista captara algumas imagens do encontro, o responsável da empresa Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique partiu para agressão física do repórter, tendo igualmente retido o seu equipamento de trabalho.

Os gestores do Jornal Txopela tentaram, sem sucesso, negociar com o agressor a devolução do equipamento retido, tendo, posteriormente, contactado as autoridades judiciais que instruíram ao jornal a apresentar a denúncia junto da procuradoria distrital de Quelimane, esta Segunda-feira.

Posicionamento

O MISA Moçambique repudia este e qualquer outro tipo de agressão e apreensão ilegal do equipamento de trabalho de jornalistas. Faz lembrar, ainda, que é de lei e constitucionalmente consagrado o livre acesso às fontes e aos locais para a cobertura jornalística de eventos de interesse público. O MISA reitera que o exercício da profissão não deve, em nenhum momento, ser condicionada à vontade do protagonista dos factos, pelo dado que a profissão é regida por uma legislação e normas próprias.

O MISA exige, por outro lado, a devolução imediata do equipamento de trabalho do Jornalista, reiterando que este acto constitui uma grosseira violação da lei de imprensa e da lei do Direito à Informação. O MISA Moçambique faz saber que irá, em tempo útil, desencadear uma acção judicial para a responsabilização do protagonista deste atentado, para que mais uma vez este crime contra um dos pilares imprescindíveis do Estado de Direito Democrático não passe impune. (Redação)

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