Nampula (IKWELI) – O Presidente do Conselho municipal da cidade de Quelimane, Manuel de Araújo, disse que a sua recandidatura para o terceiro mandato na condução dos destinos dos quelimanenses está dependente das decisões a serem tomadas pela Renamo, partido no qual é membro.
Manuel de Araújo, de 51 anos de idade, está na presidência do município da cidade de Quelimane há 12 anos. O político ascendeu ao poder em 2011 depois de ter ganho a eleição intercalar realizada naquela cidade do centro de Moçambique, pelo partido Movimento Democrático de Moçambique (MDM), na altura sua nova agremiação política, depois de ter desertado da Renamo na qual representou na Assembleia da República durante um mandato (2004 a 2009).
Devido a simpatia mostrada pelos munícipes de Quelimane durante os primeiros três anos de governação, de Araújo conquistou, inclusive, a confiança dentro do MDM pelo que com o partido do Galo concorreu e venceu as autárquicas de 2013.
No desenrolar dos acontecimentos, recorde-se, o político e académico Manuel de Araújo encontrou um ambiente turvo no seio do MDM e, sob fortes influências do então líder da Renamo, Afonso Dhlakama, de Araújo voltou às origens e com a perdiz concorreu à presidência da cidade de Quelimane nas municipais de 2018, tendo derrotado os seus adversários de forma convincente.
Aliás, no ano seguinte, de Araújo foi cabeça de lista da Renamo para o cargo de governador da província da Zambézia, tendo perdido para o vizinho Pio Matos, da Frelimo.
Entretanto, no meio da sua governação, de Araújo parece não estar a viver um clima de paz no seio da perdiz. E porque o seu mandato está prestes a terminar com a realização das eleições municipais no próximo ano, o Ikweli procurou saber junto do político sobre a sua prontidão para um possível terceiro mandato (mais três anos das intercalares).
Sobre a questão colocada, Manuel de Araújo respondeu que “a decisão para continuação depende de três factores. Primeiro a minha vontade, segundo a vontade dos munícipes e terceiro a vontade dos partidos políticos. O que já disse agora é que eu estou disponível, o que os munícipes de Quelimane dizem é que eles estão disponíveis. Quem ainda não se pronunciou é o meu partido, estou a espera que qualquer altura o partido se pronuncie”.
Questionado sobre uma possível rejeição da Renamo para o seu terceiro mandato, de Araújo foi cauteloso, pelo que não avançou medidas subsequentes. Aliás, disse que “nessa altura, caso o partido não se pronuncie eu vou responder a tua pergunta. Neste momento não tenho razão para suspeitar que o partido não se vai pronunciar”, precisou.
A cidade de Quelimane, na qual de Araújo é timoneiro, celebra no próximo dia 21 de Agosto corrente 80 anos de elevação a categoria de cidade. “Quelimane vai celebrar 80 anos de elevação à categoria de cidade e vamos ter uma série de eventos. Vamos inaugurar, também, a Catedral Velha, temos eventos desportivos com equipa, como por exemplo, de basquetebol de Quelimane e de Malawi, vamos ter futebol, vamos ter a maior e melhor pedalada, vamos ter carnaval, canoagem, portanto, vai ser uma grande festa com a primeira fase a iniciar no dia 21 até 31 de Agosto, depois vamos ter a segunda fase que começa a 1 de Setembro e vai até 1 de Setembro de 2023.
A cidade de Quelimane, a semelhança das outras do país, está rodeada de múltiplos desafios, com destaque para a insuficiência dos meios de transporte público para dar vazão a actual demanda.
Apesar disso, Manuel de Araújo orgulha-se com os avanços que a cidade vem registando, em alguns sectores. “Há muitos avanços. A cidade de Quelimane hoje é uma cidade com quem se fala, não de que se fala. Portanto, é uma cidade que, ao nível de infraestruturas, ao nível do saneamento, ao nível de extensão das estradas nos bairros, assim como ao nível de abastecimento de água, evoluímos bastante”, disse o autarca.
“Mas, também, ao nível regional, continental e internacional, a cidade de Quelimane é líder no sentido de que nós somos cidade mais internacional de Moçambique, neste momento. Portanto, participamos em várias organizações internacionais, liderados várias organizações internacionais, liderança várias organizações continentais e mundiais, portanto, somos considerados como campeões ao nível das nações unidas no que se refere às mudanças climáticas”, vangloriou-se o político. (Constantino Henriques)