Nampula (IKWELI) – A Associação Koxukhuro ofereceu no último domingo (5) uma cadeira de rodas a Sualehe, um jovem com deficiência física residente na cidade de Nampula. A acção surgiu em resposta a um apelo público de angariação de fundos que circulava nas redes sociais, acompanhado de fotos e vídeos relatando a difícil situação do beneficiário.
O apelo mobilizou diversos corações, entre eles o do defensor de direitos humanos Gamito dos Santos, que, em representação da Koxukhuro, decidiu agir de forma imediata para devolver a dignidade e a mobilidade ao jovem.
Segundo o activista, este gesto simboliza o compromisso da associação com a inclusão social e o apoio às pessoas com deficiência, muitas vezes esquecidas pela sociedade.
Antes da doação, Sualehe dependia de muletas para se locomover. No entanto, recentemente sofreu uma queda enquanto se deslocava numa via pública em Nampula, o que agravou significativamente a sua condição física, tornando impossível o uso das muletas e aumentando a sua vulnerabilidade.
A entrega da cadeira de rodas foi marcada por momentos de emoção e gratidão, não apenas por parte do jovem beneficiário, mas também da comunidade local que testemunhou o gesto.
Para muitos, o acto da associação Koxukhuro é um exemplo de como pequenas acções solidárias podem transformar vidas e inspirar outros a fazer o bem.
Em declarações ao Ikweli, Gamito dos Santos afirmou que a missão da associação vai além da ajuda material, busca também sensibilizar a sociedade sobre a importância de cuidar dos mais vulneráveis e promover o respeito pelos direitos das pessoas com deficiência.
“Com este gesto, a Koxukhuro reafirma o seu papel como uma ponte de esperança e solidariedade em Nampula, mostrando que, quando há empatia e união, é possível devolver o sorriso e a dignidade a quem mais precisa”, precisou a fonte.
Gamito dos Santos disse que depois dessa ajuda humanitária, muitas pessoas começaram a solicitar apoio semelhante. “Nós fizemos aquilo como parte das nossas actividades humanitárias, para tentarmos atender a uma necessidade pertinente e temporária. Mas agora surgiu outra situação, muita gente está a fazer solicitações, e não podemos de certa forma dizer que não era o nosso foco, nem o nosso plano. Temos de procurar maneiras de aliviar essa situação, ainda que não seja para todos, mas para algumas pessoas”, afirmou.
Dos Santos convida pessoas de boa vontade para que se juntem à associação, a fim de abraçar mais causas humanitárias, por entender que na província de Nampula há muita gente que sofre, mesmo em silêncio. “Tivemos conversas com alguns consulados, como o do Mali, que se prontificou a ajudar em algumas iniciativas. Estamos a tentar negociar com outros países para ver se podem nos apoiar com cadeiras de rodas, para fazermos frente a esses desafios. Agora, se houver pessoas individuais que queiram abraçar a causa, estamos abertos para recebê-las. Se existirem pessoas de boa vontade, que venham e se juntem a nós”, destacou.
Segundo Gamito dos Santos, abraçar esta causa é uma forma de demonstrar que os defensores dos direitos humanos enfrentam vários desafios, e que é necessário também agir de forma prática nas questões humanitárias, e não apenas na teoria. (Malito João)