A pausa que salva vidas: Especialista moçambicana alerta para os riscos de gravidezes sem intervalo

Nampula (IKWELI) – A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda um intervalo mínimo de dois anos entre uma gravidez e outra, esta pausa é crucial para a recuperação completa do corpo da mulher e para o desenvolvimento saudável do bebê. 

A informação é secundada pela Médica Ginecologia e Obstetra do Hospital Central de Maputo (HCM), Mayela Figia. “Durante o período da gestação, o corpo da mulher sofre inúmeras mudanças e, portanto, precisa de um tempo para a recuperação.”

As gestações muito próximas podem trazer riscos tanto para a mãe quanto para o bebê. A Dra. Figia destacou ainda que a falta de tempo para o corpo se recuperar pode levar a deficiências de vitaminas na mãe e, consequentemente, no feto. “As gravidezes seguidas com curto intervalo podem trazer tanto complicações maternas, como para os bebés, falando do aspecto do bebé, alguns riscos de deficiência de vitaminas desse bebé, esse bebé tem elevado risco de ter baixo crescimento fetal e ter um parto prematuro,” afirmou a especialista. 

Impacto na saúde física e mental da mulher

Além da deficiência de vitaminas, a gravidez em curto espaço de tempo pode causar outras complicações físicas, e a especialista explicou à nossa equipa de reportagem que os músculos do abdômen, chamados de “retos do abdômen”, podem enfraquecer e se afastar, uma condição conhecida como diástase abdominal. “Esse enfraquecimento dos músculos pode, também, levar ao enfraquecimento da região pélvica e também ocasionar perda de urinas e alteração na vida sexual da mulher,” alertou a ginecologista.

A saúde mental da mulher também é um ponto de atenção, pois “as gravidezes sem intervalo também podem afetar a saúde mental, podem levar a uma exaustão mental da mãe.”

Parto e pós-cesariana

A ginecologista considerou, também, que um ponto importante para as mulheres que tiveram uma cesariana é o planejamento de uma nova gestação, e “deve ser também uma cesariana, por esse tempo curto entre as gravidezes,” além disso, a cesariana deve ser agendada e não pode esperar pelo início do trabalho de parto. “Essa mulher não pode chegar a sentir as dores do parto, com risco de o útero rasgar-se, perdermos esse bebé e também a vida da mulher.” (Atija Chá)

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