Maputo (IKWELI) – O ministro moçambicano da Saúde, Ussene Isse, anunciou, nesta segunda-feira (01), que o governo quer introduzir investigação de plantas medicinais, com vista a fortalecer as evidências da medicina tradicional, para curar várias doenças em hospitais públicos à semelhança de países como China e Japão.
A 1 de setembro de cada ano, celebra-se, há 23 anos, o dia da Medicina Tradicional e neste ano a efeméride foi marcada sob lema “Reforçar Evidências da Medicina Tradicional e Alternativa”.
Ussene Isse referiu que a investigação de plantas no país pode fortalecer o sistema de saúde por olhar doenças como o cancro, asma, diabetes, hipertensão, diarreia, disfunção sexual, infertilidade e entre outras.
“Porque a evidência só se faz com investigação. Para eu poder pegar o medicamento, dizer, olha, vamos aplicar este medicamento no hospital, temos que primeiro investigar. Na China tratam no hospital público com medicamentos tradicionais e gostaria que no nosso país também fosse assim, porque algumas plantas que lá são usadas são nossas.”
O ministro sublinhou que nos próximos anos, o país pondera organizar uma conferência nacional da medicina tradicional envolvendo todos os seus 128 mil praticantes e alternativa no para uma reflexão sobre a introdução desta valência nos hospitais públicos.
Recordou que o Presidente da República, no seu discurso de tomada de posse, disse que é preciso trabalhar para evitar que as pessoas morram por doenças evitáveis.
“Nós sabemos o vosso papel tão importante na comunidade, tenho experiência de pessoas que curaram asma nas vossas mãos, diabetes, hipertensão, muita coisa estão fazendo. Então, nós temos que trazer isto para reforçar o Sistema Nacional de Saúde. Mas isto, como eu disse, não de forma empírica, não de forma desorganizada, mas sim de forma estruturada,” precisou o governante.
Por sua vez, a Presidente da Medicina Tradicional e Alternativa, Cacilda Chianjale, diz que o lema escolhido para este ano reforça bases de evidências da medicina tradicional, remetendo a uma reflexão sobre imensurável riqueza de recursos naturais medicinais.
Cacilda destacou que, através das orientações do MISAU, aspectos de colaboração baseada em acordos, com cientistas de todos os níveis e com todos que estejam interessados em compreender, sejam os conhecimentos ou os recursos da medicina tradicional usados para prevenção, pode ajudar no tratamento de vários problemas de saúde.
Referiu que no âmbito desta colaboração já foram realizados diversos estudos, como eficácia de plantas para repelir mosquitos, eficácia de sementes papaia, abóbora e alho para desparasitação, entre outros avanços.
Argumentou que, igualmente, a Medicina Tradicional está a contribuir na redução dos partos domiciliares, da tuberculose, cólera e outras doenças. (Antónia Mazive)