Nampula (IKWELI) – A Associação dos Jovens com Deficiência de Moçambique (AJODEM) denuncia a prevalência de casos de exclusão de pessoas com deficiência no acesso aos serviços públicos.
Os membros dessa agremiação narram que têm passado por situações horripilantes para acederem aos serviços públicos básicos. Osório Munhanga, de 31 anos de idade, é exemplo disso.
Deficiente visual, Munhanga recorda que “num belo dia, acompanhado por um amigo e com intenção de fazer a compra de refrigerantes, tivemos um impedimento e fomos retirados imediatamente do local por parte do gerente da mesma, alegadamente que as pessoas com deficiência tanto visual e física fazem-se aos espaços públicos para prática da esmola e que na sua maioria são pessoas necessitadas e assim fui-me embora sem ter comprado nada naquele dia”, por isso apela o apoio familiar e de amigos para que as pessoas com deficiência não passem por situações dessa natureza.
“Há muita gente com deficiência no centro da cidade a praticar a mendicidade”, comenta, triste, referindo que isso faz “perceber que todas as pessoas com deficiência são pedintes, o que não é verdade. No entanto, muitas vezes passei pela exclusão em espaços públicos e na sociedade”.
Segundo o delegado da AJODEMO em Nampula, Camilo Moreira, continua desafiante a inclusão, prioridade no atendimento e acesso aos serviços públicos para as pessoas com deficiência.
“Temos notado a exclusão da pessoa com deficiência, de modo particular os jovens, em muitos locais públicos e instituições governamentais e privadas”, disse, explicando que elas “são olhadas como pessoas sem competências para o crescimento do país, ainda este grupo social é visto, na sua maioria, como pedinte de esmola nas ruas e avenidas da cidade de Nampula”.
Moreira recorda que, independente da condição física, todas as pessoas gozam dos mesmos direitos. (Nelsa Momade)