Nanhupo-rio (IKWELI) – O governador da província de Nampula, Eduardo Mariamo Abdula, apelou vigilância e união, na manhã desta terça-feira (2), a população do posto administrativo de Nanhupo-rio, no distrito de Mogovolas, local severamente atacado por manifestantes e pela onda de desinformação sobre a cólera.
O posto administrativo de Nanhupo-rio tornou-se famoso com a vandalização e destruição da principal unidade sanitária local, desalojamento do governo local, sob protesto da desinformação sobre a cólera.
Carismático, como lhe é característico, Abdula começou por convidar a população para levar as crianças à vacinação contra a pólio, cuja campanha arrancou nesta segunda-feira (2).
“Ontem [segunda-feira, 2] começamos com a administração da vacina contra a pólio. Uma vacina para as nossas crianças, com até 10 anos de idade, de toda a nossa província de Nampula tem que apanhar a vacina,” disse, prosseguindo que “vinha pedir minha família, por favor, vamos ajudar aos enfermeiros.”
No local, o governador dialogou com a população e ficou a saber dos problemas do distrito, que incluem, o que a população considera, má actuação do governo do distrito e do posto administrativo.
Abdula assumiu o compromisso de “recuperar” Nanhupo-rio, tanto é que prometeu voltar ao distrito para rezar com a população pela paz.
“Venho fazer minha oração [do Eid] com o meu povo”.
“Vamos procurar esses que ameaçam e queimam. E vamos encontrar. Já abrimos caminho para a paz e vamos ter a paz. Nós, como governo da província, vamos resolver”.
“Para resolver um problema é preciso queimar centro de saúde?” Perguntou o governador à população, para uma resposta colectiva: “Não”.
“Vamos procurar e vamos perguntar o problema deles,” referiu o governador, afirmando que, “mas vocês devem todos estar unidos connosco. Não pode uma pessoa ameaçar todos nós aqui. Já vos dei ordem para não deixarem eles destruir. Vamos fazer o policiamento comunitário. Vamos vigiar. Não quero mais nenhum centro de saúde queimado, não quero nenhum enfermeiro, nenhum líder e nenhum outro membro da comunidade ameaçado. Não deixem ninguém destruir a nossa vila. Vamos defender”.
“Faltava-nos ordem”
Satisfeita, a população disse que precisava de um comando para desmantelar os malfeitores.
“Faltava-nos ordem. Já temos ordem e vamos trabalhar,” garantiu a população que, também, disse que no passado tinham solicitado a presença do administrador distrital para que tivessem uma orientação de como lidar com os malfeitores que desestabilizam o posto administrativo, mas para além da presença de que o dirigente viria, nunca mais lá foi.
“Eu quero até 2f de volta o nosso governo do posto. Estamos a ser maltratados, machucados pelos nossos sobrinhos. Já estamos cansados
Desde que decorreu as manifestações não temos governo do posto,” disse Gonsalves Omar João, residente de Nanhupo-rio, realçando que “hospital estamos a pedir de volta. Estamos a passar mal, estamos a pedir ajuda. Hospital tem que funcionar”.
“Nós somos vigilantes,” por isso “pedimos união de todos para desmontarmos esses malcriados”.
Francisco Augusto Nancuale, outro morador de Nanhupo-rio, disse que “conhecemos quem está a fazer esses estragos, mas não temos vontade de denunciar porque o administrador do distrito, não é administrador, chefe do posto não é chefe do posto”.
E o governador Eduardo Mariamo Abdula prometeu a reinstalação da administração pública local nos próximos 15 dias. (Redação)