Nampula (IKWELI) – Um cidadão, de aproximadamente 60 anos de idade, residente no bairro de Namicopo e natural de Quissanga, na província de Cabo Delgado, foi detido pelo Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC) em Nampula, por alegado envolvimento num esquema ilícito de comercialização de pangolim, uma espécie protegida.
Segundo informações, o suspeito foi interpelado enquanto monitorava os proprietários do animal, que teriam saído de Cabo Delgado, após receber instruções de um contacto localizado na cidade de Maputo.
De acordo com o indiciado, ele teria sido convidado a integrar o negócio após ser comunicado por um indivíduo que precisava do animal, cabendo-lhe acompanhar a movimentação dos proprietários até à sua chegada à cidade de Nampula.
Aliás, o “comissionista” afirma desconhecer o valor total da suposta “bolada”, numa altura em que os reais proprietários do pangolim se encontram em fuga.
“Fui encontrado com pangolim, fui dito com meu amigo, eu conheço a pessoa de lá de fora, mandei trazer de Quissanga para aqui em Nampula, eu recebi, queria entregar o dono e me pegaram com SERNIC, não falamos do negócio, o preço não foi combinado, porque o dono é que deveria dizer, mas já fugiu, eu só teria 10.000. MTS (dez mil meticais), orientei a pessoa e falei que o cliente estava a querer urgente, ele trouxe. Eu não sabia que era um negócio ilegal, porque se eu soubesse não iria entrar nesse assunto.”
O acusado, mesmo em apuros, ainda fez um comentário em tom de brincadeira sobre o episódio. “Eu acredito que as pessoas que viram esse animal terão sorte, pior se pegar cabeça de todos jornalistas, serão abençoados.”
A porta-voz do SERNIC, Enina Tsinine, explicou que a detenção resulta de ações rotineiras da corporação no âmbito da proteção e combate à venda de espécies protegidas.
“Foi nesse âmbito que indivíduos que se encontravam na zona da rotunda do aeroporto a comercializar um pangolim aproximadamente 7.4 quilogramas e efetuou-se diligências onde foram encontrados em flagrante delito e outros quatro fugiram.”
Tsinine acrescentou ainda que o detido exerce a função de motorista e que as investigações continuam, principalmente no que diz respeito à identificação e localização dos restantes envolvidos que se encontram em fuga, bem como ao transporte do animal para a Reserva do Niassa.
Segundo o SERNIC, a compra e venda de espécies protegidas configura crime, pelo que a corporação apela à população para que se mantenha vigilante e evite práticas que coloquem em risco a fauna nacional. (Malito João)






