Nampula (IKWELI) – Alguns vendedores do mercado novo, na cidade de Nampula, manifestaram-se preocupados com a possibilidade de serem removidos do local onde exercem as suas atividades, um receio que surge após informações sobre um suposto plano de expulsão dos comerciantes que ocupam os passeios e vias públicas em diferentes pontos da cidade.
De acordo com os vendedores, o município pretende reorganizar o espaço urbano, retirando todos os que exercem comércio fora dos locais autorizados. Contudo, afirmam que não há alternativas claras de onde continuarão a trabalhar.
A preocupação dos vendedores intensificou-se após o Conselho Municipal de Nampula ter recentemente orientado a retirada imediata dos vendedores que se encontram instalados nos passeios e vias adjacentes ao mercado novo, de modo a permitir que os trabalhos de reabilitação da via decorram sem sobressaltos.
Amade Abel, vendedor há mais de cinco anos no Mercado Novo, reconhece que vender junto à estrada é perigoso, mas diz não ter outra escolha.
“Sabemos que é um risco estar tão perto da estrada, mas o município está cheio e não nos oferece um espaço para continuar o nosso trabalho, não negamos sair do pavê, só pedimos que nos arranjem um lugar digno, onde possamos exercer as nossas atividades com tranquilidade”, disse.
“Até os homens do takeaway foram expulsos e até agora cada um está a montar onde pode. Isso também nos preocupa como munícipes”, acrescentou.
Momade partilha a mesma preocupação, sublinhando o impacto social que a expulsão pode gerar. “Sair do Mercado Novo sem um local para continuar o negócio pode ser muito complicado. Alguns de nós já tivemos problemas com a criminalidade no passado, mas encontramos aqui uma forma honesta de sustentar as nossas famílias. Se formos expulsos sem alternativa, muitos podem voltar a caminhos errados. Pedimos ao município que pense no nosso bem”, apelou.
Por sua vez, Cesarito Domingos reconhece que o município tem razões para organizar a cidade, mas lamenta a falta de soluções para os vendedores. “O município tem razão, mas também devia pensar no lado humano. Muitos de nós não temos outro trabalho e dependemos deste pequeno negócio para sobreviver. Pedimos apenas que alguém nos ajude a encontrar uma saída digna”, disse.
Enquanto aguardam novos esclarecimentos das autoridades municipais, os vendedores pedem diálogo e sensibilidade ao Conselho Autárquico, lembrando que a maioria depende do comércio informal para garantir o pão de cada dia. (Malito João)






