Nampula (IKWELI) – O governador de Nampula, Eduardo Mariamo Abdula, desafiou a colocação da sede do Banco de Desenvolvimento de Moçambique na província de Nampula, como forma de implementação efectiva da descentralização.
“E permitam-me também a ousadia: já que tanto se fala de descentralização, por que não descentralizar verdadeiramente e colocar a sede desta instituição em Nampula? Seria um sinal inequívoco ao País e ao Povo de que o desenvolvimento e a desejada independência financeira chegarão a todos, e que ninguém ficará para trás,” disse o governador.
O governador que falava na manhã desta quinta-feira (2), durante a cerimônia de abertura do seminário de auscultação pública sobre a criação do Banco de Desenvolvimento de Moçambique, disse que o surgimento da instituição vai constituir uma mais-valia para o país, e para a província em particular.
“Se há momentos, nestes meus curtos meses de mandato, em que senti orgulho e fervor por ser moçambicano — e foram muitos — este é seguramente um deles. Tenho para mim que estamos perante uma daquelas ideias felizes que, levadas à execução, poderão mudar a história do nosso Moçambique, transformando a vida de milhares de compatriotas nossos. Será um Banco do Estado, não privado, concebido para atender ao interesse colectivo, colocando a justiça social e o desenvolvimento equilibrado acima de qualquer lógica de mercado. Honra seja feita a Sua Excelência o Presidente da República, que, na alvorada do seu mandato, fixou esta meta e hoje nos permite discutir a sua materialização,” disse Abdula.
O governador disse que o Banco de Desenvolvimento será um banco do Estado moçambicanos, como “também terá a vocação de financiar projectos de grande escala — infra-estruturas, agricultura, indústria, educação e outros sectores decisivos — que constituem o alicerce do crescimento económico e social. Poderá igualmente apoiar o sector privado, disponibilizando financiamento e assistência técnica a empresas com potencial de gerar emprego e inovação, ao mesmo tempo que contribuirá para a estabilidade financeira e para a redução dos riscos de investimento no País.”
“Ao apoiar projectos com impacto directo nas comunidades locais, o Banco poderá ajudar a reduzir desigualdades regionais e a promover um desenvolvimento sustentável, alcançando de forma equilibrada todas as províncias.”
Para além da sua população jovens, segundo Abdula “Moçambique possui um enorme potencial,” bem como “recursos naturais abundantes e uma localização geoestratégica privilegiada. Mas para que este potencial se traduza em progresso efectivo, precisamos de investimentos significativos em infra-estruturas, em educação e em sectores estratégicos. É aqui que o Banco de Desenvolvimento de Moçambique pode assumir um papel determinante.”
“A nossa província de Nampula, a mais populosa do País, com vasto potencial agrícola, industrial, turístico e mineiro, carece de instrumentos financeiros capazes de dinamizar a economia, acelerar o investimento e gerar prosperidade para as famílias e empregos para os jovens,” anotou o governador, assegurando que “Nampula está pronta para acolher e colaborar activamente com esta iniciativa. Acreditamos que o Banco de Desenvolvimento de Moçambique será um parceiro estratégico na transformação económica da nossa Província e de todo o País.” (Redação)






