Nampula (IKWELI) – A ponte sobre o rio Lalaua, no distrito com o mesmo nome, na província de Nampula, ainda não foi reconstruída depois da sua destruição após a passagem do ciclone JUDE em março do ano em curso, numa altura em que se avizinha a época chuvosa e ciclónica de 2025-2026.
Para a época chuvosa e ciclónica 2025/26 prevê-se que a província de Nampula registe chuvas normais para acima do normal, perspetivando-se a subida dos níveis de água nos caudais das principais bacias hidrográficas em quase todos os distritos, e o de Lalaua é um dos mais destacados.
Neste momento a transitabilidade de e para Lalaua é feita através de um desvio precário, mesmo no leito do rio, o que não poderá acontecer em período de chuva. Face ao cenário actual, a previsão é que aquele distrito fique isolado de outros pontos da província de Nampula, portanto, depois da Ilha de Moçambique, o distrito de Lalaua poderá tornar-se numa Ilha.
O distrito de Lalaua, apesar de ser um território rico em potencialidades agrícolas e ocorrência de recursos naturais, é considerado como um dos mais desgraçados da província de Nampula, sobretudo em matéria de vias de acesso. A população daquela parcela moçambicana sempre clamou por vias de acesso em condições de transitabilidade, por isso o ciclone JUDE apenas veio acelerar o desamparo daquela circunscrição geográfica.
Tudo leva mesmo a crer que ainda não há plano para a reposição da ponte sobre o rio Lalaua, em razão disso, o Secretario de Estado na Província de Nampula mostrou sua preocupação sobre o futuro das populações daquele distrito do interior. O medo de Plácido Pereira, é que o pior venha a acontecer para o povo ali residente, pois com a ocorrência de chuvas as pessoas terão dificuldades de terem acesso aos cuidados de saúde.
“Não temos ponte e basta chover temos as estradas cortadas, e lá há doentes, por isso temos é continuar a trabalhar para termos soluções…”, disse Plácido Pereira, destacando a possibilidade da utilização de embarcações para facilitar a travessia de pessoas e bens, enquanto a ponte não seja reposta.
Em resposta a sugestão do Secretario de Estado, a delegada provincial do INGD (Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastre), Anacleta Botão, disse não ser viável a utilização daqueles meios, devido a forte correnteza das águas sobre o mesmo rio.
“Na altura que tivemos a situação foi uma equipa para lá, a correnteza não permitia que colocássemos lá barcos. A corrente era muito forte, tentamos o carro anfíbio para aquela movimentação, também não aguentou, então recuamos”, disse Anacleta Botão.
“Permanentemente, não sei se os barcos iriam aguentar, porque são barcos mesmo de emergência e os que temos estiveram a facilitar a travessia em Namialo para Pemba e saíram de lá com problemas. Tivemos leva-los para a manutenção, já estão prontos, mas naquele momento que Lalaua precisava a correnteza não permitia”, precisou a fonte. (Constantino Henriques)