Maputo (IKWELI) – O Ministério da Saúde (MISAU) capacitou, nesta terça-feira (12), pouco mais de 50 jornalista de diferentes órgãos de informação em matéria sobre Mpox, com vista a mitigar a desinformação e melhorar a prevenção da doença.
“O papel da comunicação social na resposta às emergências de saúde pública é crucial. A forma como as informações são recolhidas, verificadas, tratadas ou processadas e transmitidas ao público tem impacto direto na percepção da população, na adoção destas medidas preventivas e, consequentemente, no controle das doenças, neste caso específico da Mpox”, começou por recordar Quinhas Fernandes, director nacional de Saúde Pública, o qual reconhece que os jornalistas são para parceiros estratégicos devido a sua capacidade de disseminação de mensagens corretas, claras e baseadas em evidência científica.
Por isso, segundo defendeu, possuem um potencial para combater a desinformação quando ela existe.
“Os jornalistas jogam um papel fundamental na prevenção da desinformação, como disse, e no aumento da literacia de saúde na sociedade em geral.”
Os participantes da formação de um dia, foram munidos de conhecimentos técnicos actualizados sobre a Mpox, formas de transmissão, sinais e sintomas, as medidas de prevenção e, igualmente, sobre o quadro nacional de preparação e resposta à doença.
Situação de Mpox em Moçambique
Segundo o director nacional de Saúde Pública, no país, de 10 de Julho à 10 de Agosto, foram confirmados, laboratorialmente, 38 casos cumulativos de Mpox, dos quais 33, que representam 87%, foram diagnosticados em Niassa, sendo 32 no distrito do Lago e 1 em Marrupa, e outros 5 casos diagnosticados, 2 na província de Manica, na cidade de Chimoio, um caso, e no distrito de Machaze, e outros 3 casos foram registrados na província de Maputo, na cidade da Matola.
Segundo esta fonte, 61% dos pacientes, que corresponde a 23 pessoas, são do sexo masculino. 31, que representam cerca de 81,5%, estão na faixa etária entre os 15 e os 45 anos de idade.
A fonte fez saber que dos 38 casos positivos 20 já estão recuperados, e sem registo de nenhum óbito até ao momento.
O dirigente sublinhou, que o distrito de Lago, na província de Niassa é a área mais afectada com cerca de 80% do total de casos notificados no país, destacando que 44% dos casos, que representam 14 indivíduos, são estrangeiros.
Explicou, igualmente, que naquela região, há um movimento transfronteiriço intenso, quer de garimpeiros, mulheres trabalhadoras de sexo, o que tem estado a jogar um papel na dinâmica da transmissão da doença naquela área.
Refira-se que o Mpox previne-se adotando medidas que incluem evitar o contato físico prolongado com a pessoa afectada, suspeita, principalmente pessoas que tenham lesões recentes. Evitar o contato com roupa, lençóis e toalhas de pacientes infectados, particularmente sem usar qualquer tipo de proteção.
Situação de Mpox em África
Por seu turno, Gildo Nhangave, Técnico do Departamento de Vigilância em Saúde, disse que em 2025 foram reportados um total de 95.345 casos suspeitos, 29.493 casos confirmados e 582 mortes e a taxa de letalidade é de 0.66% em 25 países.
A República Democrática de Congo reportou até ao momento mais 48.4% de casos de Mpox, África do Sul com 6 casos, Zâmbia com 182 casos e 3 óbitos, Malawi 62 casos e Tanzânia reportou 118 casos.
“Esta formação é crucial aos jornalistas em matéria sobre Mpox, sobre a necessidade de proteger a imagem das pessoas infectadas e não a divulgação de imagens chocantes que podem deixar as pessoas assustas.”, revelou aquele representante do MISAU. (Antónia Mazive)