Nampula (IKWELI) – Um grupo de populares, ainda não quantificado, residente na zona de Marrere, nos arredores da cidade de Nampula, tem protagonizado tumultos desde a semana antepassada, numa tentativa de invadir um terreno pertencente aos padres católicos daquele ponto da cidade.
Segundo apurou o Ikweli, a situação não é nova, vem de longa data, mas recentemente os referidos cidadãos voltaram a invadir o espaço, munidos de enxadas e outros utensílios de limpeza, como forma de demonstrar a sua intenção de se apropriar ilegalmente do terreno.
Além disso, já iniciaram a fabricação de blocos de construção no local, com o intuito de erguerem suas residências, situação que tem causado grande desagrado aos padres de Marrere, apontados como legítimos proprietários do espaço.
Alguns populares alegam ter adquirido o terreno mediante um pagamento simbólico, sem saber que se tratava de uma transação ilegal, revoltados, exigem agora o reembolso dos valores pagos.
O padre José Luzia, que residiu no local como pároco entre 1988 e 2002, questiona
a origem da desordem. “Um senhor que saía da Faina dizia, se calhar já perdi o meu dinheiro, mas quem está a negociar esse espaço? Quem é o mandante dessa invasão?” interrogou, prosseguindo que “dizem que os tribunais devem intervir, eu não sabia que os tribunais é que deviam intervir em casos de invasão de propriedade privada, então, a polícia não tem autoridade para intervir e expulsar os invasores?”
Para o padre Luzia, o fenómeno representa uma estratégia deliberada de caos, promovida por pessoas de má-fé, com o objetivo de se apropriarem dos bens da Igreja, por isso, “o que mais me preocupa é quem cria o caos para depois aparecer como redentor, como é que quem está no poder permite que esses agentes se multipliquem, enquanto as autoridades se mantêm ausentes?”.
Quanto a ausência da polícia no terreno, o prelado suspeita que se trate de medo, um reflexo das manifestações violentas vividas recentemente. “É urgente que o Estado Moçambicano restabeleça o respeito e a dignidade das autoridades,” concluiu. (Malito João)