Maputo (IKWELI) – Pouco tempo antes de entrar nas instalações da Procuradoria-Geral da República (PGR), nas primeiras horas desta sexta-feira (27), o ex-candidato presidencial, Venâncio Mondlane, referiu que ainda não sabe quais acusações pesam sobre ele, e que a aquela instituição está a tentar olhar para a tensão pós-eleitoral, que resultou na detenção e morte de diversos civis desde o transacto mês de outubro do ano passado à janeiro do presente ano, numa perspectiva unilateral.
“Encaro como uma necessidade muito ardente da procuradoria [PGR] tentar olhar o problema que ocorreu no período eleitoral e pós-eleitoral de uma maneira unilateral, quer dizer, é uma tentativa de tentar desesperadamente reunir provas a propósito e a despropósito para tentar colocar toda questão da crise eleitoral no Venâncio, quando nós sabemos que esta é uma questão multifacetada, envolve os órgãos de justiça, orgãos eleitorais, a própria polícia que cometeu atrocidades,” disse, revelando ainda que era necessário que se a “procuradoria de facto, como guardiã da legalidade, quisesse cumprir com esse papel, certamente teria de ver o problema nessa dimensão, mas até este momento não temos notícias com evidências das Forças de Defesa e Segurança que terão sido ouvidos neste processo.”
Questionado sobre os resultados da audiência anterior, Mondlane respondeu “eu perdi a conta, porque penso que são pouco mais de 30, então penso que são tantas que já não tenho certeza porque não fiz uma contagem rigorosa.”
Refira-se, que o processo número 773/11/P/24 da 6ª secção, da Procuradoria da República da cidade de Maputo, com data de 20 de Junho, carrega uma advertência, com o seguinte condimento “seja o visado advertido que a falta de comparência injustificada fará incorrer uma multa ao pagamento de 1 a 5 salários mínimos e sem prejuízo de vir a ser ordenada a sua detenção.” (Redação)