Matadouros informais e esquinas clandestinas de venda de carne têm dias contados em Nampula

Nampula (IKWELI) – O conselho autárquico da cidade de Nampula diz-se preocupado com a proliferação de espaços informais e clandestinos de abate de animais para consumo humano, que nos últimos anos virou moda na circunscrição.

Igualmente, o governo de Luís Giquira está preocupado com a  venda da mesma carne em locais inapropriados e não inspecionados.

Os principais pontos desta prática localizam-se na zona da Faina, Meia Via, Gato-preto, Padaria-Nampula, Belenenses, Mutauanha, Namicopo, Namiepe, Muahivire e nas zonas de expansão.

Nestes locais a carne bovina, suína e caprina é comercializada ao público sem uma inspecção fitossanitária por parte das autoridades competentes.

O director do pelouro de Agricultura e Pecuária, no Conselho Municipal da cidade de Nampula, Caetano Miguel, explica que a situação em causa se agravou mais após às manifestações pós-eleitorais, e o receio é que a população contraia doenças em consequência do consumo dessa carne cujo abate de animais não observa as regras de higiene.

“ Temos apreendido várias vezes e feito uma campanha conjunta onde são envolvidas a Direcção Provincial de Agricultura, no sector da Pecuária e a Inspecção Nacional de Actividades Económica,” disse a fonte.

Segundo Miguel, só no primeiro trimestre do corrente ano, foram descobertos 4 matadouros informais, cujos animais provinham das províncias de Sofala, Tete e Niassa, e mais de 30 vendedores informais que faziam o negócio em condições deploráveis.

“Eles [intervenientes desta cadeia de valor] conseguem, numa só noite, abaterem essa carne, de manhã apenas fazem a distribuição,” anotou a nossa fonte.

Por outro lado, Caetano Miguel comenta que a proliferação desta prática tem a ver com a fuga ao fisco.

“Uma das condições que estamos a trabalhar é de banir a venda de carne nessas condições e nós realizamos no mês de Abril deste ano uma campanha de sensibilização, para os vendedores, explicando aquilo que são as consequências da venda de carne nessa situação e, por outro lado, sensibilizar os munícipes no sentido de desencorajar a compra de carne nessa situação.”

Enquanto isso, a nossa equipe de reportagem, visitou na noite da última quinta-feira (12), por volta das 19 horas, os principais matadouros clandestinos, tendo constatado que maior parte da carne não é bem conservada e colocada em sacos ao relento.

Os envolvidos na prática têm disposição para abandonar a sua actuação, mas exigem a criação de condições para que exerçam a actividade sem riscos. (Virgínia Emília)

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