Chuva faz estragos em Nampula

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  • No princípio da noite de ontem, quarta-feira (28), mais de 50 barracas precárias foram destruídas pelas águas das chuvas.

 Nampula (IKWELI) – As chuvas que se registaram na última quarta-feira (28), acompanhadas por ventos fortes, destruíram parte das bancas e barracas de construção não convencional nos mercados localizados em diferentes bairros da cidade de Nampula, tendo afectado a vida comercial dos seus utentes.

Trata-se da segunda chuva consecutiva a registar-se na cidade de Nampula neste Outubro, sendo que a primeira se verificou em princípio do mesmo mês, também, acompanhada de ventos fortes e que deixou como marca, a destruição de habitações, assim como os estabelecimentos públicos e privados.

Alguns mercados que não resistiram à fúria do vento os da zona vulgarmente conhecida por Prédio Maconde, no interior do bairro de Muahivire, mercado Pakai e do campo dos Macondes, ambos localizados no bairro de Namutequeliua.

No mercado da zona do campo dos Macondes, por exemplo, onde o Ikweli apurou que mais de 50 bancas ficaram totalmente destruídas, afectando igual número de comerciantes. Segundo contaram os afectados, até por volta das 16 horas da última quarta-feira, momento em que começaram os primeiros sinais de chuva, não imaginavam que terminaria em desgraça.

No local, para além da destruição das bancas alguns comerciantes contraíram ferimentos, dentre graves e ligeiros, uma vez que, segundo reportam as próprias vítimas, a estrutura das bancas caiu sobre eles, uma vez que alguns encontravam-se sentados e a exercer as suas actividades comerciais.

“Perdemos muita coisa aqui, muitas mulheres que vendiam aqui sofreram muito, até para serem removidas não foi fácil, porque o alpendre caiu sobre elas, mas, graças a Deus, já foram levadas ao hospital. Para além disso, perdeu-se muito dinheiro neste lugar, porque os comerciantes não conseguiram levar nem os próprios cofres. Muita coisa foi levada por pessoas de má fé que quando se aperceberam que havia esse incidente correram para aqui não para salvar, mas para outras intenções”, disse Hawa Amisse, uma das comerciantes do mercado do Campo dos Macondes, na unidade Comunal Marien Nguabi.

Simão Armindo, vendedor de material de construção, disse que “perdi tudo que estava na minha banca, porque quando aconteceu o incidente com aquela preocupação de socorrer as nossas vidas, as pessoas de má fé invadiram o sítio e levaram tudo. Eu tinha uma mercadoria avaliada em cerca de 50,000.00MT (cinquenta mil meticais), assim não sei como me virar, porque o único dinheiro que tinha, ontem acabei investindo no mesmo negócio”, lamentou a fonte.

“Eu vendo peixe, tomate, repolho, cebola e outro material da cozinha, então, tudo isso já perdi, porque as pessoas aproveitaram-se da situação e apoderaram-se dos bens. Não era muita coisa, mas tendo em conta aquilo que é a minha capacidade de negócio, a mercadoria que levaram se vendesse todo dinheiro chegaria pelo menos 4,000.00MT quatro mil)”, precisou Momade Hermínio, outro vendedor entrevistado pelo Ikweli.

Essiaca Raul Ernesto, chefe daquele centro comercial, confirmou que “houve muitos prejuízos em termos de danos materiais, assim como muitas pessoas contraíram ferimentos aqui. Aquilo ninguém previa, de repente vimos o alpendre a cair. Na ocasião foram seis pessoas que contraíram ferimentos graves, mas depois foram evacuadas ao hospital”.

Município vai reconstruir os mercados

Reconhecendo o impacto que os mercados informais têm na economia do Conselho Municipal de Nampula, Osvaldo Ossufo Momade, vereador do pelouro de Mercados e Feiras e Promoção Económica da cidade de Nampula, garantiu ao Ikweli que a edilidade dispõe de material para ajudar na reconstrução dos mercados abrangidos nesta parcela moçambicana.

“Ainda estamos a fazer o levantamento dos mercados afectados, mas o que tenho a dizer é que a situação ainda não é alarmante ao nível da nossa cidade”, disse Osvaldo Ossufo Momade, para quem “o município já está preparado para intervir em casos de destruição das bancas construídas de material precário, neste momento em que falamos, já temos stock de corda, bambus, plásticos e outros materiais de construção”, assegurou o dirigente. (Constantino Henriques)

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