PRM aborta manifestação de ativistas contra a  subida do combustível em Nampula

Nampula (Ikweli)- A Polícia da República de Moçambique (PRM) em Nampula abortou, na manhã deste sábado (31), uma manifestação pacífica que visava protestar contra a escassez e o aumento do preço do combustível um pouco por toda província.

Esta é a segunda vez que a manifestação é impedida. Na primeira tentativa, os organizadores foram detidos, sob a alegação de que pretendiam agredir os agentes da corporação.

Gamito dos Santos e Sismo Eduardo, ambos ativistas sociais, estavam prontos no local combinado para o início da marcha, mas não foi possível avançar devido à intervenção da polícia, que receia o surgimento de novos focos de manifestação violenta.

“Mesmo depois de termos enviado a carta, hoje parecia que aceitariam. Mas, quando chegamos ao local, recebemos outra informação. Houve uma confusão com a polícia. Eles nos abordaram e, para não colocarmos em risco a vida das pessoas, acabamos por cancelar. Os argumentos são os mesmos de que a cidade ainda se está a recuperar das manifestações violentas. Então, manifestações podem criar espaço para outras mais graves. Por questões de segurança pública, pedimos para reagendar a manifestação”, explicou Gamito.

Dos Santos garantiu que, mesmo que não seja sobre a questão da escassez de combustível, sempre que houver desconforto por qualquer situação, haverá manifestações

“Agora dizem que reagendaram a manifestação sobre o combustível. Mas nós não vamos nos calar sobre o combustível, ainda mais num momento em que ele já está disponível no mercado. Desde antes de ontem, os postos já têm combustível.”

Entretanto, a fonte mostrou-se indignada com a ousadia da polícia em responder a uma carta que, segundo ele, não era direcionada à corporação “O que estamos a ver é que a polícia já percebeu que nós não vamos recuar. E, por isso, desta vez, ao menos tiveram a ousadia de responder a uma carta, que nem sabemos se é um ofício, uma resposta ou um comunicado mal estruturada por alguém deles, que não diz nada. Porque, na verdade, a carta que enviamos não era direcionada a eles. E, por direito, a PRM não tem autonomia para responder à nossa carta. O que deveriam ter feito era emitir um parecer e encaminhar ao município. É o município que nos deveria notificar. Infelizmente, a polícia envolveu-se em politiquices, como sempre, numa situação em que não deveria agir como um ator político.”

Por meio de um comunicado emitido no final da sexta-feira, assinado pelo comandante distrital da PRM de Nampula, proibiu a realização da manifestação, ainda que  pacífica , alegando receio que houvesse actos de violência.(Malito João)

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