Nampula (IKWELI) – Líderes comunitários do posto administrativo de Boila-Nametória no distrito de Angoche, província de Nampula, dizem estar a passar por atrasos constantes no pagamento de subsídios, nos últimos tempos.
A queixa foi feita esta quinta-feira (15), durante um encontro mantido com o Secretário de Estado na província de Nampula, Plácido Pereira.
Aliado a isso, pedem a reposição de novos fardamentos visto que os actuais estão em um estado crítico para o seu uso, tal como avançou Ussufo Amade, represente dos líderes comunitários.
“Este equipamento, que temos trouxeram há muito tempo e quando surge esse tipo de encontro muitos ficam sem farda. Estamos a passar mal para ter nosso subsídio, é pouco, mas temos que mendigar, pedimos a vossa intervenção.”
Durante o encontro, os líderes pediram, igualmente, a reposição das vias de acesso que ligam as localidades ao posto administrativo de Nametória, estas que foram destruídas aquando da passagem dos últimos ciclones.
“Em muitas localidades não há pontes para chegar ao posto administrativo, temos feito travessias graças ao nosso Deus que nos assegura para não haver acidentes.”
Em resposta às inquietações das lideranças comunitárias, o Secretário de Estado, Plácido Pereira, assumiu serem legítimas a reclamação dos dirigentes da comunidade, no entanto, lembrou que os mesmos têm deveres relacionados com a sensibilização e mobilização da população no cumprimento de boas práticas, uma delas ligadas ao pagamento de impostos.
“Ter fardamento e subsídio é um direito, mas também tem o dever de transmitir as mensagens do governo e do Estado as suas comunidades, incentivá-los a pagar impostos e taxas. Houve questões que foram levantadas sobre fardamento e subsídio, quanto mais dinheiro, quanto mais receita o país tiver poderá incrementar e subir os subsídios, reconhecemos que é pouco, mas para aumentar precisamos cobrar muita receita e um dos papéis do líder comunitário é mobilizar a população no pagamento da receita.”
De acordo com o dirigente, Moçambique conta com um total de 43 mil líderes comunitários, destes, 7 mil são do primeiro escalão, 12 mil segundo e cerca de 27 mil do terceiro escalão, por isso, há ainda um desafio para a distribuição de fardamentos que é feito pelo Ministério da Administração Estatal apenas a primeira leva, sendo que as reposições das mesmas estão sob a responsabilidade dos distritos.
“Para a reposição, cada distrito deve planificar e orçamentar anualmente (…) neste ano houve distribuição de fardamento e Angoche recebeu,” concluiu Pereira. (Ângela da Fonseca, em Angoche)
