Nampula (IKWELI) – O MISA Moçambique capacitou nesta terça-feira (6) 25 jornalistas de diversos órgãos de comunicação social, em Nampula, em matérias ligadas a segurança do jornalista no processo de exercício da sua profissão e combate a privação da liberdade de expressão.
No encontro, o MISA Moçambique defendeu que a violação da liberdade de imprensa, está ligada a sonegação de informação, assaltos, suspensões e ou encerramento de órgãos de informação, censuras, ameaças, confiscação de material, detenções arbitrárias, ameaças e agressões físicas no exércicio da actividade jornalística.
O presidente do núcleo provincial do MISA Moçambique em Nampula, Aunício da Silva, explicou que a violação da liberdade de expressão tomou contornos alarmantes no processo eleitoral onde jornalistas foram alvo em diversas circunstâncias.
Aliás, Aunício da Silva disse que a capacitação dos profissionais de comunicação social vem “quebrar o gelo”, numa altura em que a classe jornalística, mesmo com identificação, não escapa a violência física e psicológica.
“Na província de Nampula, infelizmente a situação não é das melhores, como disse anteriormente, nos últimos anos temos tido ciclicamente violação dos direitos dos jornalistas e note que essa situação agudizou-se,sobremaneira, e nesses últimos anos há uma trajetória agressiva e isto a nível global, tem nos valido denominações, somos classificados como sociedades, Estados autoritários, onde nos classificam numa situação não boa em termos de exercício da liberdade de imprensa e de expressão. Fazendo uma pequena contextualização em 2023 tivemos 28 (vinte e três) casos de violência contra a liberdade de expressão, dos quais 11 (onze) nas eleições autárquicas e o tipo de violações que nós registramos nesse período é a violência física, ameaças, intimidações, apoderamento de material e já em 2024 este número progrediu, tivemos um total de 32 casos ligados a violações contra a liberdade de imprensa, infelizmente durante as eleições é que temos esses tipos de violações da liberdade de imprensa.”
Da Silva explica que, para além de violência física, “a violação de liberdade de imprensa foi abrangendo outros sectores como é o caso do corte no a acesso a internet, incluindo ameaças e intimidações. Em termos de agressões físicas, a nossa província registou 3 (três) casos”.
Para a fonte, a redução significativa de casos de violação da liberdade de imprensa em Nampula justifica-se porque aquele órgão tem trabalhado na advocacia, e agora “o jornalista tem facilidade de fazer cobertura, fazer suas actividades e isso nos obrigou a trabalhar com os órgãos de administração eleitoral e com os órgãos políticos, o que melhorou muito o nosso trabalho, aliás, tivemos 1 (um) caso de confiscação de equipamento, tivemos 2 (dois) de limitação para o funcionamento do órgão de informação, tivemos um processo judicial injusto e tivemos mais 4 (quatro) casos de ameaças verbais, e nós acreditamos que com o trabalho que temos vindo a desenvolver temos fortalecido o exército da liberdade de imprensa, como também dinamizado o trabalho dos jornalistas no processo da governação local.”
O seminário provincial de Consulta sobre os Mecanismos de Proteção e Segurança dos jornalistas teve duração de um dia e gerou vários debates sobre a segurança da classe jornalística no exército das suas funções. (Malito Joao)