Polícia diz que criminalidade reduziu em Nampula: Mas líderes comunitários dizem que malfeitores continuam a fazer das suas

Nampula (IKWELI) – A Polícia da República de Moçambique-PRM, em Nampula, entende que a criminalidade tende a reduzir, sobretudo de roubo nas vias públicas e em residências, tem estado a reduzir, sendo só no primeiro trimestre do ano em curso foram registados apenas 3 casos, contra 15 do igual período do ano passado, que corresponde a uma redução de 80%.

Estes dados foram partilhados ao Ikweli, recentemente, pela porta-voz da PRM, em Nampula, Rosa Nilza Chaúque, explicando que os casos estão a reduzir devido ao trabalho operativo e patrulha que são levados a cabo por agentes da corporação. 

Apesar da redução, a porta-voz afirma que no bairro de Murrapaniua, ainda regista casos frequentes de circulação de supostos criminosos. 

“Ao nível da província de Nampula, a situação esteve controlada [primeiro trimestre] referente a casos criminais de roubo nas vias públicas e em residências, tivemos registo de 3 casos criminais de roubo contra 15 do igual período do ano passado, uma redução de 80%, este é um resultado significativo de todo o empenho que a Polícia da República de Moçambique está a fazer, e operatividade de 100%”.

No entanto, fontes do Ikweli relatam estar a viver com medo devido a circulação de malfeitores, apontando que depois das manifestações há redução significativa de patrulha de agentes da PRM pelos bairros. 

Em alguns bairros, principalmente Namicopo, Nahene e Niarro, os moradores não conseguem dormir, devido aos malfeitores que se fazem sentir na calada da noite. 

A porta-voz respondeu que nos bairros em causa a polícia está presente. “Nesses bairros, principalmente no bairro de Namicopo a polícia continua posicionada, também no âmbito do nosso plano de ocupação dos postos policiais que tenham sofrido alguma vandalização no âmbito das manifestações, já foram recuperados e as pessoas podem se fazer para a devida denúncia”.

Porém, a fonte apela a população da cidade de Nampula, sobretudo, a cultivar o hábito de fazer denúncias nas subunidades policiais mais próximas, em caso de situações de indivíduos que pretendem criar desordem e tranquilidade pública.  

Líderes comunitários contam ao contrário

O Ikweli visitou os principais bairros periféricos da cidade de Nampula, onde os líderes comunitários falam o contrário daquilo que a PRM defende em relação a redução de casos de criminalidade. 

Estes falam de prevalência de roubo nas residências e em vias públicas, assaltos, agressões físicas e violência sexual.

Estes líderes afirmaram que devido ao aumento de casos de roubo, por exemplo aliado a falta de postos policiais e patrulha, há muitos casos em que a população opta em fazer a justiça pelas próprias mãos. 

Nos bairros Namicopo, Murrapaniua, Carrupeia, Napipine, Marrere, Nahene-1, Namiepe, Niarro, Muatala, Mutauanha, os líderes disseram que há situações de assaltos, incluindo nas principais ruas e em grandes mercados, como Waresta, Belenenses, padaria Nampula, Sipal, nos CFM e outros pontos da cidade de Nampula.

O líder comunitário, da zona residencial de Nahene-1, no posto administrativo de Namicopo, Nasser Japeri, manifestou-se preocupado ao Ikweli, admitindo que na sua área, só no mês de Maço do ano em curso, foram registados 5 casos criminais, dos quais três de roubo e duas agressões físicas que culminaram com morte.

Esta fonte narrou que a situação agravou-se mais após as manifestações pós-eleições.

“A situação de criminalidade aqui no bairro de Nahene, não está nada fácil, mas isso piorou mais naquele tempo de manifestações, com a vandalização do posto policial local,” prosseguindo que “a policia já não faz a patrulha como vinha sendo, assim até agora estamos sem nenhuma força para intervir quando acontece algo, porque nem a segurança temos e a população já prefere agir com as suas próprias mãos. Até ao mês passado de março, tivemos registo de 5 casos de criminais, onde 3 foram de roubo e 2 de agressão física até a morte, que envolvia um ladrão”.

Acrescentou que “levamos isso para o comandante da 5ª Esquadra, para ver se conseguia nos ajudar, pelo menos com a patrulha, principalmente noturna, mas ainda não está a se fazer nada por parte das nossas autoridades competentes”.

Por outro lado, o líder comunitário de bairro de Namiepe, no posto administrativo de Namicopo, Anastácio Magalhães, diz de ter registado, pelo menos, 6 casos de criminalidade com destaque para roubos e agressão física, protagonizadas por homens chamados grupo-15 ou “nacatanas” e os famosos malfeitores Naparamas, até que chegou de comunicar as autoridades competentes, mas não manifestaram o interesse de intervir. (Virgínia Emília)

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