Nampula (IKWELI) – Arrancou no pretérito fim-de-semana o campeonato nacional da segunda divisão, fase provincial de Nampula, vulgo nampulense da presente temporada futebolística, com um total de 13 clubes.
As cerimónias de abertura da competição tiveram lugar na vila autárquica de Monapo, com o jogo entre o Sporting local e o Futebol Clube de Memba, partida que terminou com a vitória dos anfitriões por 2-1.
Ali tudo correu como era almejado pelos amantes da modalidade rei. Um jogo bem disputado por parte das equipas envolvidas, com uma arbitragem que tudo fez para fazer valer a verdade desportiva que tanto é clamada no desporto nacional, particularmente na província de Nampula.
O mesmo não aconteceu no Campo Municipal de Angoche, no domingo, no jogo entre Sporting daquela cidade e o Sporting de Nampula, no seguimento da primeira jornada. É que o jogo em referência terminou aos disparos da polícia que pretendia acalmar a fúria do público que não gostou da decisão de anular um golo que daria vitória a equipa da capital provincial.
Era mesmo nos instantes finais do jogo, na altura registava-se o empate por 1 a 1. Num ataque rápido, a bola é desviada pelos defesas do Sporting de Angoche para o pontapé de canto. Zacarias que acabava de entrar encarregou-se para fazer a cobrança e fê-lo com precisão de tal maneira que Chai, simplesmente, empurrou a bola para o 2 a 1.
Era euforia total para os apoiantes do Sporting de Nampula, e tristeza para os anfitriões. Mas, enquanto os antigos Namutequeliuas festejavam, o árbitro Age Iahaia decidiu invalidar o lance, razões desconhecidas. É que na referida jogada não houve contactos físicos entre os jogadores adversários, para além de que não houve fora de jogo, dado que na linha do fundo estavam os defesas do Sporting de Angoche.
Após o apito final, o público insatisfeito com a decisão correu contra o árbitro e prontamente a polícia em Angoche foi rápida na protecção do quarteto de arbitragem. Na sequência duas balas foram disparadas para o ar para dispersar os manifestantes.
“Isso não é futebol, um bonito golo, bonito golo, como é que ele apitou de que não é golo. Esses árbitros devem apitar bem, isso não é futebol, vamos mudar. O golo entrou bem, não havia fora de jogo porque foi um canto, ele marcou. Desta forma nunca vamos jogar futebol”, lamentou Chico Amir (Maradona), adjunto técnico do Sporting de Nampula.
Manja, técnico do Sporting de Angoche, reconheceu que a decisão do árbitro em anular o golo do adversário é incompreensível.
“Nós jogamos, mas o que queríamos eram três pontos, mas não aconteceu. Acredito que pela frente havemos de melhorar. Aquele lance, para mim, foi golo, mas o golo de empate é que houve falta, talvez pagou, não sei”, analisou Manja.
Fora daquele lance polémico, assistiu-se no municipal de Angoche, uma partida bem disputada por parte das duas equipas. Aliás, mesmo a própria equipa de arbitragem esteve a altura do confronto, mas que a sua cotação positiva foi água abaixo.
Trata-se de um quarteto de arbitragem todo do distrito de Angoche. A indicação de todos árbitros locais começou a verificar-se na época passada, uma estratégia da Comissão Provincial de Árbitros de Nampula (COPAF), que visa minimizar os gastos dos clubes que suportavam as deslocações dos árbitros.
Outros jogos da jornada inaugural forneceram os seguintes resultados: Associação Desportiva de Murrupula 0-1 Benfica de Angoche, FC Nacala 1-1 AD Namialo, São Simão 0-1 PRM. (Constantino Henriques)