Nampula (IKWELI) – A tempestade tropical severa JUDE, que assolou a província de Nampula na primeira quinzena de março em curso, provocou a destruição de mais de cinquenta (50) embarcações, situação que pode vir afectar negativamente as metas de produção pesqueira deste ano.
Deste número de embarcações, algumas tiveram destruição total, outras parcialmente e arrastadas, e que até ao momento não foram recuperadas. Para além daqueles meios de transporte marítimo, o sector de pesca aponta, também a destruição das artes de pescas, incluindo as redes, em número não quantificado.
Para este ano, a província de Nampula planificou a capturara de 412 mil (quatrocentos e doze mil) toneladas de peixe, uma meta que pode não ser alcançada por conta da destruição daqueles equipamentos de pesca.
“Temos o registo de 52 embarcações, mas não são todas destruídas, temos uma parte dessas embarcações que é parcialmente destruída que é a maioria, temos uma parte pequena que é destruída na totalidade, mas temos uma parte considerada arrastadas, podem não terem sido destruídas, mas terem sido arrastadas e durante as buscas o objectivo é recuperar essas embarcações”, disse Manuel Chicamisse, director Provincial da Agricultura e Pescas de Nampula.
Segundo fez saber Manuel Chicamisse, a tempestade tropical JUDE passou pela província de Nampula num período em que se estava a fazer a abertura da campanha de pesca, depois de observado o tempo de veda e defeso.
“Já tínhamos iniciado uma actividade em que a população pesqueira devia preparar-se para lançar-se ao mar depois de um longo período de espera de veda e defeso, mas infelizmente tivemos essa situação. Mesmo assim, a campanha foi aberta em Sofala, e nós tínhamos marcado fazermos uma actividade de grande vulto em Moma, uma réplica de abertura. Em Moma nós prevemos potenciar aquela comunidade pesqueira com motores, mas também com kits de processamento do pescado. É uma actividade que vai ocorrer brevemente no distrito de Moma, como um sinal de que o governo está a criar esforços substanciais para potenciar aquela comunidade”, referiu Chicamisse.
A fonte disse acreditar que a destruição daquelas embarcações não só vai afectar a pesca, como também o sector de transporte marítimo, pois os mesmos barcos eram usados no transporte de pessoas e bens de um para outro ponto.
“Os barcos de pesca servem para pesca, mas também servem para o transporte de pessoas e bens. Então, acreditamos que mesmo com essas 52 embarcações afectadas, também é preciso trabalharmos com parceiros de maneiras a potenciar aqueles que efectivamente sofreram, queira seja na recuperação das embarcações, no fornecimento desses motores ou meios de trabalho”, entende Manuel Chicamisse.
“Pensamos que este trabalho vai ter grande impacto, os parceiros estão a trabalhar connosco, como a FAO, por exemplo, mas há outros parceiros que nós temos que activar por causa dessa situação em que temos 52 embarcações afectadas. Não só embarcações, mas também as artes de pesca, as redes, algumas foram arrastadas, nós temos efectivamente 18 artes de pescas que foram afectadas, mas acreditamos que podem ser mais, porque é muito comum nessas situações em que as redes, os equipamentos de pesca sofrem mais do que a própria embarcação. Então, esses equipamentos também temos que reforçar nessas comunidades”, prosseguiu.
“No geral, eu digo que, sim, haverá algum impacto a nível da produção pesqueira ou de início da campanha de pesca porque essas embarcações devem ser reparadas, não estariam prontas para entrar ao mar”, precisou o governante. (Constantino Henriques)