Nampula (IKWELI) – Um grupo de pessoas, vítimas da tempestade tropical severa JUDE, instaladas nas escolas básicas de Namicopo e Marcelino dos Santos em Namiepe, escusam-se a abandonar salas de aula onde abrigam-se após suas residências terem sido destruídas durante a passagem deste evento climático extremo e exigem que o governo lhes forneça tendas habitacionais.
Uma das proletárias é Carlota José, residente em Namicopo, que actualmente encontra-se abrigada na escola básica do mesmo, a qual explicou que não poderá abandonar o lugar enquanto o governo não organizar tendas para que viva de forma provisória com sua família. “Não temos como abandonar as salas de aula enquanto não tivermos tendas como um sítio alternativo para passar as noites, mas o nosso maior desejo é apoio que possa ajudar-nos na construção de casas fortificadas e também apoio alimentar,” disse.
“Fomos indicados as escolas pelos líderes comunitários e nós pensávamos que depois teríamos apoio para reconstrução das nossas casas, mas até ao momento não recebemos qualquer tipo de apoio, apenas nossos nomes foram alistados em uma caderneta,” acrescentou Rita Vieira, também abrigada na escola básica de Namicopo.
Na zona de Namiepe, a narrativa é a mesma, a população abrigada na escola secundária Marcelino dos Santos exige que seja abrigada num outro lugar, caso contrário as aulas não irão decorrer.
“Não é possível na mesma escola estarem pessoas acomodadas pelo ciclone enquanto decorrem aulas, pedimos a intervenção a quem é de direito no apoio, principalmente material convencional. Neste momento estou a viver na escola secundária Marcelino dos Santos porque a minha casa foi destruída e perdi tudo que tinha para sobreviver, não tenho emprego e os meus familiares dependem de machambas para garantir o pão na mesa,” disse Afonso Ali. (Nelsa Momade)