Nampula (IKWELI) – As chuvas que se registaram na última semana na cidade e província de Nampula, acompanhadas de ventos fortes, causaram, pelo menos, uma vítima mortal, para além de ter provocado a destruição de culturas nos campos dos produtores e as respectivas habitações.
A vítima mortal registou-se na zona de Maparra, localizado no posto administrativo municipal de Muatala, na cidade de Nampula. Trata-se de uma menina de 12 anos de idade, que em vida respondia pelo nome de Nita.
Nossas fontes em Maparra contam que foi por volta das 18 horas da passada quarta-feira (26 de Fevereiro) quando a menina Nita saia da casa ao aconchego da sua mãe que pratica o comércio informal nas imediações da escola local. Um forte vento que abalou aquela zona residencial atingiu um muro de vedação de uma residência localizada ao longo da via de acesso, que caiu sobre a menina que morreu no local.
“Ela estava saindo de casa para ir ajudar a mãe que vende carvão aqui, então começou aquela ventania. Ao chegar naquela casa, aquele muro caiu e matou a criança ali mesmo. Foi um momento de muita tristeza, o enterro foi realizado no dia seguinte,” contou Helena, uma moradora local.
Para além daquela menina, segundo apuramos, duas alunas da 11ª classe do curso nocturno, da escola secundária de Maparra, também foram atingidas pelo referido muro, mas prontamente foram socorridas para uma unidade sanitária.
Para os moradores locais, apesar da fúria do vento, o desabamento do muro em alusão deveu-se a péssima projecção do mesmo. Aliás, a infraestrutura foi construída sem que tenham sido colocados os pilares, bem como as vigas de coroamento.
“A culpa é mesmo do dono desta casa, onde é que ele já viu um muro ficar por muito tempo sem pilares nem viga de coroamento? Se for a ver a qualidade dos blocos, também se nota que estão cheios de areia do que o próprio cimento. Mas é de lamentar o que aconteceu,” disse Amílcar Paulo, um utente da via onde aconteceu o incidente.
Ainda na cidade de Nampula, algumas casas, sobretudo de construção não convencional, também não sobreviveram às intempéries registadas na semana finda, deixando seus proprietários desabrigados.
Já no sector de produção, alguns campos foram afectados, com destaque para a cultura de mandioca.
“Como pode ver, passou aquela chuva e quando venho aqui na machamba encontrei maior parte da mandioca deitada. Mas muito mais a mandioca que sofreu é do ano passado. Então assim estou a tentar tirar para pelo menos vender e conseguir alguma coisa, porque se deixar aqui mesmo na machamba com a mandioca fora da cova, vai se estragar por causa do sol,” disse lamentando Júlio Amido, produtor do sector familiar, no posto administrativo de Anchilo, em Nampula. (Constantino Henriques)