HCN sem redes mosquiteiras para proteger pacientes com malária

Nampula (IKWELI) – Com mais de 143 casos de malária e 6 óbitos registados só no mês de Janeiro do corrente ano, o Hospital Central de Nampula (HCN), maior unidade sanitária da região norte do país, continua sem redes mosquiteiras para os pacientes internados naquela unidade hospitalar.

É uma situação que coloca em perigo os pacientes que procuram por cuidados médicos, pois correm o risco de contrair outras doenças devido a picada do mosquito, como por exemplo, malária.

A falta de redes mosquiteiras vai desde a maternidade às enfermarias, sendo que os pacientes reclamam de dificuldades para dormir devido a falta deste item essencial. 

Internado na cirurgia 3, o senhor Patrício Alberto, de 77 anos de idade, um dos pacientes que ressente-se da falta de redes mosquiteiras, conta que tem sido desafiador passar as noites naquele hospital 

“Estou com problema de saúde, desde o mês de outubro do ano passado. Como fui tirado o dente, e acabei enchendo a boca toda, quando vim aqui no hospital, fiquei internado no mês de dezembro, para começar a fazer o tratamento, mas também o que nos preocupa muito neste hospital, é a situação da falta de redes mosquiteiras, para dormir não está nada fácil, a não ser cobrir-se todo corpo, mas os mesmos médicos sempre falam que temos que nos prevenir da malária, mas nessas condições, como vamos nos prevenir da malária?”, questionou a fonte, acrescentando que “o governo tem que resolver esta situação, para prevenir doenças, como a malária. Com essa situação, invés da pessoa curar-se da doença que já tinha, acaba tendo outra doença a partir daqui do hospital”.

Outra queixosa é a parturiente Suaiba Jorge, que teve o seu bebê na última segunda-feira (17), a qual não deixa de lamentar a situação. “Passamos mal, principalmente para nós que acabamos de dar à luz e temos que ficar internados por causa do estado do bebé, então os mesmos correm risco de ter malária, por causa da picada do mosquito. Para evitar, temos que sair, comprar medicamentos para matar mosquitos, mas acabamos poluindo o quarto onde dormimos com o bebé,” contou.

O Serviço Provincial de Saúde (SPS) em Nampula, através do chefe provincial do departamento de Assistência Médica, Samuel Filipe Carlos, reconhece o problema, mas explica que em todos os anos que são realizados programas de distribuição de redes mosquiteiras nas comunidades, as unidades sanitárias também se beneficiam. 

“Nós distribuímos as redes mosquiteiras nas unidades sanitárias, porque temos lá doentes e para que sejam protegidos durante o internamento, garantimos a distribuição em todos os centros, incluindo o HCN. Não temos um levantamento específico do porquê que algumas unidades sanitárias não terem redes mosquiteiras, mas presume-se em que não haja condições propícias, para a colocação das redes mosquiteiras, há unidades sanitárias dependendo do formato de construção, que tem sido difícil pendurar redes nas camas dos doentes.”

A fonte acrescentou ainda que “até Maio [próximo] esperamos que cheguem as redes, para uma outra campanha no mês de Junho do corrente ano, prevemos distribuir cerca de 5 milhões de redes mosquiteiras e insecticida para igualmente proteger as famílias contra a malária.” (Virgínia Emília)

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