Nampula (IKWELI) – Durante 8 anos, a população residente na zona residencial de Nahene-1, posto administrativo de Namicopo, nos arredores da cidade de Nampula, viveu momentos de terror, devido a existência de uma mesquita com práticas semelhantes ao de grupos terroristas que actuam em Cabo Delgado.
Segundo apurou o Ikweli, a maioria dos residentes é deslocada interna, em consequência da mesma guerra, por isso, pela experiência, receavam que fosse o mesmo grupo.
“O ambiente está calmo, algumas pessoas que haviam abandonado a mesquita já voltaram, porque o grupo de pessoas de quem se desconfiava já não reza aqui,” disse Aiuba Amisse, actual responsável da referida mesquita e comenta que “a forma de rezar não compactuava com aquilo que aprendemos, até que a mesquita ficou sem funcionamento 2 meses [setembro e Outubro de 2024], então nós como moradores do bairro continuamos a rezar, embora existam algumas pessoas que não conseguem ainda por medo, principalmente as mulheres”.
Outro residente que não esconde sua satisfação pelo abandono do grupo é Anica Abdul, o qual conta as circunstâncias que antecederam a libertação daquela área residencial. “Agora o movimento diminuiu de pessoas que rezavam trajados de maleia curta, entravam de sapatos e lenço, e as mulheres cobriam todo rosto e as vezes rezavam até as 0h. Antigamente enchiam motorizadas e o cenário era parecido com aquilo que vivia-se em Cabo Delgado, todo aquele que vinha de Cabo Delegado era proibido de entrar naquela mesquita, então a população saiu até no secretário do bairro, para ir falar sobre a situação, sendo assim o secretário acabou expulsando o grupo, mas há um relato que eles rezam numa das mesquitas da cidade”.
“O ambiente está calmo, até agora não ouvimos nada, mas não estamos confiantes que esses estão fora da cidade, porque há dias um deles chegou aqui no bairro coberto todo corpo, não sabemos do que estava a procura, tudo isso indica que eles ainda estão próximos daqui, mas mesmo assim há pessoas que vão rezar naquela mesquita, enquanto os outros aguardam que as autoridades competentes venham, pedimos socorro, ainda corremos o risco de a qualquer momento eles voltarem, uma vez que a população é que expulsou eles daqui,” declarou Mariamo, uma das residentes no local. (Virgínia Emília)