Nampula (IKWELI) – O governador da província de Nampula, Eduardo Mariamo Abdula, disse na quarta-feira da semana passada que o governo moçambicano deve encontrar meios próprios para encontrar soluções das suas preocupações, de forma a não viver de “mão estendida”.
O governo americano, recorde-se, suspendeu o seu programa de ajuda externa por via da sua agência de desenvolvimento internacional.
Entretanto, a província de Nampula é a que mais acolhe projectos humanitários através das organizações da sociedade civil para apoiar as áreas de saúde e educação.
“De uma vez por todas, nós como moçambicanos temos que procurar nossas alternativas e meios para resolver isso, e ainda bem que eles avisam que vão cancelar, a partir de agora nós da província de Nampula temos que começar a ver mecanismos para ultrapassar isso usando os nossos próprios meios, não podemos passar toda a vida de mão estendida. Se os Estados Unidos está a cancelar o produto é dele e não vamos dizer não cancele, vamos procurar os nossos meios locais.” Disse.
Anualmente, os EUA disponibilizam cerca de 400 milhões de dólares dos quais 250 para o programa de combate ao HIV e com a suspensão da ajuda externa, o país poderá enfrentar dificuldades para a compra de antirretrovirais.
Moçambique deve parar de “pedir de esmolas”

O analista político entrevistado pelo Ikweli, Alberto Manhique, afirmou que Moçambique não pode ser visto como um país qualquer, pois dispõe de todo o tipo de recursos suficientes para sobreviver.
Tendo na ocasião mencionado recursos como o gás, petróleo, minerais entre outros. “Mas estamos a viver de mão estendida, tudo isso está a denunciar a corrupção, se for a olhar, a costa de Moçambique é coberta de sul a norte, tem ilhas cobiçadas por actores de cinemas do mundo que vem passam férias, tem rios extraordinários e nós não estamos a conseguir aproveitar nada. Que país estamos à espera. Esperamos que o Trump alimente Moçambique? Esta esmola não tem um período que se possa dizer vocês nos ajudaram e nós crescemos economicamente, somos um país viável. É vergonhoso.”
Entretanto, para que isso aconteça, Manhique entende que é altura de o país rever a forma como são gerenciados os recursos bem como a sua governação. “Não podemos estar há 50 anos nesta situação, o país é abençoado, tem todos os recursos para ter sua independência económica, e Donald Trump desde cedo deixou claro que não vai continuar a contribuir para a corrupção dos países africanos.” (Ângela Da Fonseca)