Nampula (IKWELI) – A delegação do Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD), em Nampula, culpa as manifestações de repúdio de resultados da sua incapacidade de prover assistência humanitária às vítimas de eventos climáticos extremos, sobre os ciclones.
Na presente época chuvosa e ciclónica, a província de Nampula já sofreu por dois ciclones, nomeadamente Chido e Dikeledi e até ao momento há família que não receberam, se quer, uma única assistência do INGD.
Anacleta Botão é a delegada do INGD em Nampula, sendo que ela que aponta as manifestações como principal factor de a instituição que dirige não estar a desempenhar, cabalmente, as suas atribuições.
“Realizamos um COE (Comité Operativo de Emergência) a nível da província, partilhamos o nosso plano de assistência, marcamos as datas e comunicamos os distritos, mas infelizmente não conseguimos entrar porque na data que tínhamos programado para entrar, deparamo-nos com manifestações em todos os distritos e não conseguimos seguir com a actividade.”, disse.
Segundo Botão, houve prontidão por parte de parceiros que aquando da passagem do ciclone Chido, se dispuseram a apoiar os afectados, mas “infelizmente as manifestações não nos deixaram trabalhar e até que a situação se normalizasse tivemos o ciclone Dikeledi”.
Durante a entrevista, a fonte partilhou que alguns parceiros como é o caso da Visão Mundial e o Programa Mundial para Alimentação (PMA) tiveram seus bens destruídos, tendo este último, por exemplo, visto seu armazém de produtos alimentares saqueado no distrito de Nacala “e as pessoas ligadas directamente a esse processo, falo de técnicos que viram suas viaturas queimadas, alguns edifícios vandalizados e isso retraiu um pouco a nossa acção”.
Anacleta Botão fez saber que há ainda alguns distritos como é o caso de Eráti e Memba que necessitam de proteção policial para que possam dar seguimento as suas actividades, por forma a ultrapassar o cenário e, por isso, há um trabalho que está a ser feito em parceria com o governo da província.
“Assim que as condições estiverem criadas, iremos entrar nesses pontos para trabalhar. Mas Gostaríamos de reiterar que não paramos com assistência as famílias, tirando Eráti e parte de Memba, nós não paramos, estamos a trabalhar, usamos planos alternativos para assistência,” contou.
Segundo Botão, antes das manifestações, o INGD já tinha feito uma intervenção de assistência a pouco mais de duas mil famílias afectadas pelo Chido no distrito de Memba, o que corresponde a 10 mil pessoas, entretanto, “quando já estávamos a entrar com o PMA, outros que queriam cobrir a área do abrigo, não conseguimos, infelizmente aquela distribuição por massas não conseguimos. Mas como eu disse, hoje (21.01 terça-feira) reunimos para atacar em simultâneo Dikeledi e Chido”. (Ângela da Fonseca)