Lichinga (IKWELI) – Os repórteres da TV Sucesso na cidade de Lichinga, capital da província do Niassa, no norte de Moçambique, foram, gravemente, seviciados por um indivíduo de nacionalidade nigeriana, quando estes encontravam-se a fazer o seu trabalho.
Na noite da última quinta-feira (9), um estabelecimento comercial localizado no mercado central de Lichinga pegou fogo, na sequência, Herculano Ernesto e Mixaque Lucas, equipa correspondente da TV Sucesso naquela província, foram ao local para reportar o facto.
O MISA Moçambique [Instituto para Comunicação Social da África Austral, Capítulo de Moçambique] explica, em comunicado de imprensa, que o incêndio deflagrou em um lugar que se dedica a venda de peças de motorizadas e que “os jornalistas deslocaram-se ao local após receberem uma denúncia de incêndio por volta das 21h00. Enquanto captavam imagens da ocorrência, o proprietário do estabelecimento, identificado como “Badman”, de nacionalidade nigeriana, aproximou-se e exigiu que os profissionais interrompessem as filmagens. Segundo Herculano Ernesto, o cidadão ameaçou danificar os equipamentos de filmagem caso os repórteres não obedecessem”.
E o “Badman” concretizou a sua ameaça, tal como reporta e condena o MISA, pois “ao perceber a recusa dos jornalistas em parar a cobertura, Badman dirigiu-se agressivamente a Mixaque Lucas, que operava a câmara no momento, desferindo golpes que resultaram em ferimentos leves nos lábios. Além disso, o agressor derrubou o equipamento utilizado pelos repórteres, incluindo a câmara e os microfones. Após o ataque, os jornalistas apresentaram uma denúncia na esquadra policial local e, em seguida, dirigiram-se ao Hospital Provincial de Lichinga, onde Mixaque Lucas recebeu cuidados médicos”.
“O MISA Moçambique repudia veementemente a agressão sofrida pelos jornalistas da TV Sucesso, Herculano Ernesto e Mixaque Lucas, durante a cobertura de um incêndio no Mercado Central de Lichinga, na província do Niassa. Este acto representa uma grande e grave violação da Liberdade de Imprensa e do Direito à Informação, direitos fundamentais garantidos pela Constituição da República de Moçambique”, lê-se no comunicado, recordando que “actos como este são absolutamente inaceitáveis e repudiáveis, pois comprometem o trabalho livre e independente dos jornalistas, que desempenham um papel essencial na promoção da transparência e do acesso à informação pela sociedade”.
“Impedir o trabalho da imprensa por meio de violência ou intimidação constitui uma ameaça directa aos princípios democráticos. Adicionalmente, informa-se que o MISA Moçambique vai trabalhar em coordenação com a TV Sucesso de modo a garantir que as autoridades judiciais conduzam uma investigação célere e garantam que o autor das agressões seja responsabilizado nos termos da lei”, conclui o comunicado. (Redação)