Nampula (IKWELI) – A Rede Moçambicana de Defensores dos Direitos Humanos (RMDDH), em Nampula, a província mais populosa da região norte do país, registou 17 óbitos e dezenas de feridos, vítimas de baleamento por parte dos agentes da Polícia da República de Moçambique (PRM), durante as manifestações ocorridas nas últimas 24 horas.
A informação é avançada na manhã desta terça-feira (24), durante uma entrevista exclusiva, pelo defensor de direitos humanos, Gamito dos Santos Carlos, que explicou que dos 17 óbitos, 12 ocorreram na cidade de Nampula.
“De ontem para hoje, temos cerca de 17 óbitos, sendo que 12 ocorreram apenas na cidade de Nampula, além de vários feridos. Estamos ainda a realizar levantamentos no terreno, sabendo que a cidade está repleta de polícias”, explica dos Santos, que acusa o Conselho Constitucional (CC) de ser “a principal causa dessa situação, por ter gerado um problema nas autoridades de gestão eleitoral ao proclamar Daniel Chapo e o partido FRELIMO como vencedores”.
Gamito dos Santos disse que a população está angustiada devido a uma alegada injustiça, pois “observamos uma população amargurada e angustiada, que só recorre às instituições públicas e privadas. Eu não vejo as destruições como parte da causa principal, mas acredito que a verdadeira causa está nos órgãos eleitorais, que não estão sendo justos com as demandas da população. A população está desesperada devido à injustiça, e o país não funciona como deveria. O Conselho Constitucional (CC) proclamou resultados fraudulentos e não mencionou o enchimento de urnas. Estamos diante de um governo falhado, que em algum momento falhou em sua missão de dirigir a nação”.
Esta fonte refere que outras mortes tiveram lugar nos distritos de Meconta (vila de Namialo e posto administrativo de Corrane), Mecubúri, Nacala, Malema e Lalaua. (Virgínia Emília)