Crescimento populacional contribui para o aumento da pobreza em Nampula

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Nampula (IKWELI) – A população moçambicana, principalmente de Nampula, a província mais populosa do país, tem vindo a crescer, num ritmo bastante acelerado nos últimos anos o que tem concorrido, também, para o aumento da pobreza.

A juventude é a maior faixa etária. O desemprego, insuficiências de infra-estruturas socioeconómicas são um dos maiores problemas que o país, em particular a província de Nampula, enfrenta.

Actualmente, o país conta com perto de 30 milhões de habitantes, estando Nampula com mais de seis milhões e oitocentos mil pessoas, maioritariamente constituída por jovens.

De acordo com um estudo populacional desencadeado, em 2019, pela Universidade Rovuma (UniRovuma), que inquiriu mais de três mil famílias, em nove dos 23 distritos da província de Nampula, tornado públicorecentemente, nos últimos dez anos a população da província cresceu em 3.2%.

A pesquisa refere que em 1980, a título de exemplo, no primeiro recenseamento geral da população realizado no país, Nampula tinha cerca de dois milhões de habitantes e em 2017, no último senso populacional, passou para mais de seis milhões de habitantes

O docente da Universidade Rovuma, Professor Doutor Vanito Viriato Frey, que participou do estudo e fez apresentação do mesmo, defende que o crescimento populacional, em Moçambique, principalmente, na província de Nampula, deve ser acompanhado pelo acesso aos serviços básicos de qualidade e oportunidades de emprego para a juventude que constitui a maioria da população nacional.

“A estrutura etária de Moçambique é predominantemente jovem, e isso implica desafios sérios para o sector da educação, não só na província de Nampula, mas no país no geral. Há necessidades de mais escolas para esta estrutura etária de jovens, que constitui a base da província de Nampula. E se estamos a falar que é uma população jovem, isso tem implicações ao nível do emprego, por exemplo. A juventude precisa de oportunidades de emprego”, disse.

O académico defende que tem de haver “um acompanhamento eficaz relativamente a este crescimento da população. Este crescimento impõe desafios ao governo, e de modo geral, ao estado”, desafia o académico.

“É necessário o desenho de políticas que promovam a criação de manutenção de novos postos de emprego e fundamentalmente a questão do auto-emprego, para que os jovens não fiquem refém dos novos postos de emprego que vem do governo e do sector privado. Em termo de infra-estrutura, também, é um aspeto muito importante: um crescimento da população implica uma maior necessidade em infra estruturas sociais, nomeadamente aumento de número de escolas, hospitais, vias de acesso, transporte entre outos”, observou.

O académico aconselha o governo a desenhar melhores estratégias para a redução da natalidade em Moçambique. “As pessoas são livres de procriar e de ter quantos filhos que elas quiserem, mas quando a gente coloca a redução de taxas de natalidade é no sentido de que é preciso um trabalho para consciencializar a população, no sentido de perceber se, de facto, é o melhor, momento de ter, por exemplo, oito filhos ao invés de quatro”, disse.

O estudo conclui que é necessário o investimento nas áreas sociais, no sector produtivo, incluindo as infra-estruturas, fomentar a participação da mulher no mercado de trabalho e é preciso no sector da produção aumentar a rede de equipamento de produtivos e sociais.

O governo, através da vice-ministra da Economia e Finanças de Moçambique, Carla Louveira, reconheceu que nos último anos, “a nossa população tem estado a crescer a ritmos acima, em alguns casos, alguns países da nossa região e a principal que nos colocam (pelos países da região) é oque nós como país estamos a fazer para responder este crescimento elevado da população”, disse.

“Nos grandes desafios que foram apresentados, no estudo, entre eles capital humano, crescimento económico, produção, infraestruturas e recursos naturais, fazem parte de prioridades que constam no nosso plano quinquenal do governo”, disse.

A governante assegurou que o governo continuará a envidar esforços com vista a melhoria das condições de vida das populações, em função do seu crescimento. (Sitoi Lutxeque)

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