Nampula (IKWELI) – As autoridades moçambicanas estimam que 2.5 milhões de pessoas poderão ser afectadas pelo ciclone tropical “Chido”, o que corresponde a 400 mil famílias nas províncias de Cabo Delgado e Nampula, respetivamente.
O grosso número das vitimas está em Cabo Delgado, onde espera-se que esse evento natural faça maiores estragos.
Em Nampula, os distritos de Mecubúri, Memba e Laula estão em maior risco de serem afectados.
Face a ocorrência de ventos fortes, trovoadas e chuvas, o Instituto Nacional de Gestão do Risco e Desastres (INGD) garante prontidão para lidar com o cenário, mas também afirma que estão a levar a cabo mensagens de sensibilização as famílias residentes em zonas propensas a inundações, para a sua retida para zonas mais seguras.
“Nesta fase ainda não estamos a retirar as pessoas, apenas sensibilizamos e mostramos as pessoas sobre a gravidade, mas em função das atualizações que forem feitas pelo INAM também poderemos saber o nível de abrangência dessas zonas, se recordarmos ontem (12), estávamos mais virado para Memba em relação a Mecúfi, hoje (13), já estamos mais para Mecúfi do que Memba, ou seja aquela famílias que seriam abrangidas pelo ciclone o número reduz, já não vai ser o mesmo número que ontem tínhamos como referencia”, referiu a presidente do INGD, Luísa Meque, em uma conferencia de Imprensa havida nesta sexta-feira (13), em Maputo.
Por outro lado, o Instituto Nacional de Meteorologia (INAM), através do seu director-geral, Aderito Aramuge, partilhou que o ciclone tropical Chido avançou para a categoria 4, uma magnitude intensa tendo comparado com o passado evento denominado por Idai.
Segundo a fonte, prevê-se três dias de chuvas intensas e ventos fortes e chuvas que variam de 150 a 250 milímetros em 24 horas nas províncias de Cabo Delgado e Nampula, sendo que para Niassa poderá ser afectada apenas no dia 17 com a previsão de mais de 200 milímetros de precipitação.
“Este sistema, neste momento, encontra-se na categoria 4 que é equiparado ao ciclone tropical Idai do qual temos experiência, localiza-se há cerca de mil quilómetros da costa de Moçambique e tem um deslocamento de cerca de 22 quilómetros por hora. Só no dia 15 de Dezembro é que este ciclone entrara pela costa de Moçambique e prevê-se que a sua entrada seja entre os distritos de Memba e Mecúfi, contudo, continuamos a fazer a monitoria com mais precisão. Por causa disso, há toda uma necessidade de tomarmos atenção e algumas medidas”, explicou.
Enquanto isso, a direção Nacional de Gestão de Recursos Hídricos (DNGRH), afirmou que algumas bacias hidrográficas das regiões norte e centro poderão ser afectadas, podendo causar inundações de grande magnitude como é o caso das bacias de Mecubúri, Lúrio, Megaruma, Messalo e Rovuma.
“Neste momento estão com escoamento zero, mas quando recebem precipitações elevadas saem do zero e superam o alerta e causam inundações de grande magnitude. A nossa atenção especial vai para os distritos de Memba, Mecúfi, Chiúre, Quissanga, a própria cidade de Pemba, Macomia e Muidumbe são esses locais que nós achamos que são de elevado risco e o nosso apelo é que a população que vive em zonas baixas preste atenção e comece a retirar os seus bens para os locais mais altos que as autoridades locais poderão indicar”, exortou Agostinho Vilanculos, Chefe do departamento de Gestão de Bacias Hidráulicas na DNGRH.
Na ocasião, a fonte avançou que o distrito de Memba na província de Nampula poderá ficar isolado dos restos por algum tempo se por acaso o ciclone entrar por lá.
- Vale lembrar que, de acordo com dados disponibilizados pelo governo, no período chuvoso de 2018 e 2019 foi dos mais intensos onde cerca de 714 pessoas perderam a vida incluindo vítimas dos ciclones Idai e Kenneth. Por outro lado, nos primeiros meses de 2023, as chuvas intensas, assim como a passagem do Freddy, provocaram 306 mortes, afectaram mais de 1,3 milhões de pessoas, 236 mil casas e 3.200 salas de aula destruídas.
