Nampula (IKWELI) – A Comissão Episcopal para Migrantes, Refugiados e Deslocados (CEMIRDE) da igreja católica, em Nampula, diz estar preocupada dada a situação actual caracterizada por carência alimentar por parte dos refugiados alojados no Centro de Refugiados de Maratane.
O coordenador da CEMIRDE, Charles Moniz, disse que a falta de assistência alimentar aos refugiados albergados em Maratane acontece há dois anos, o que tem levado as famílias a enfrentar grandes desafios para manter o seu estômago nutrido.
Moniz anotou a redução da assistência alimentar, que tem sido fornecida pelo Programa Mundial de Alimentos (PMA), reduziu drasticamente, “por isso a nossa educação e sensibilização para com refugiados é que eles mesmo, sem apoio, para que possam conseguir sobreviver através de pequenas actividades comerciais e laborais”.
“Nós, como CEMIRDE, ficamos sabendo que os doadores agora estão com muitas dificuldades a nível mundial, porque há muitos refugiados. Falamos de refugiados do Médio Oriente, isso faz com que aqueles que estão há bastante tempo não tenham atenção no nosso campo. Por exemplo, está instalado há mais de 20 anos e a atenção mais para o Programa Mundial da Alimentação acaba para as pessoas que estão a entrar agora”.
Alias, a fonte reconhece a falta de oportunidades de emprego e de rendimento lícito dos refugiados em Nampula oriundos de diversos pontos da Africa.
Um refugiado de origem congolesa, que falou na condição de anonimado, fez saber que a situação de fome no centro de Maratane é complexa, visto que no seu entender as manifestações contribuíram negativamente, porque os refugiados não conseguem fazer as suas actividades comercias no centro da cidade, com medo de serem alvejados por balas perdidas.
“Os refugiados, muitos deles, dependem da cidade de Nampula para poderem fazer as suas actividades comerciais, refiro-me a venda de tomate e agora vão revender aonde se na cidade de Nampula está tudo bloqueado, então a situação está muito complicada, porque quando na cidade de Nampula há manifestações ninguém sai daqui”, disse.
Dados em nosso poder, dão conta que o Centro de Refugiados de Maratane conta com perto de 8 mil imigrantes e a maior parte deste são provenientes do Congo, Burundi e Ruanda. (Malito João)