Nampula (IKWELI) – A Administração Nacional de Estradas (ANE), delegação de Nampula, disse não dispor de fundos para garantir a construção de uma ponte definitiva sobre o rio Natete, mesmo ao longo da estrada nacional número treze (EN13), localizada no distrito de Ribáuè na considerada província mais populosa de Moçambique.
A EN13 joga um importante papel na economia de Moçambique, como também do vizinho Malawi, por ser um dos meios que permitem as trocas comerciais, via terrestre, entre os dois países. A nível interno, a via torna-se fundamental para a comunicação e trocas comerciais entre as províncias do Niassa, Nampula e de Cabo Delgado.
Ao longo da EN13, o rio Natete está situado a 25 quilómetros da vila – sede do distrito de Ribáuè, ou melhor a 168 quilómetros da cidade de Nampula, e a 528 quilómetros de Lichinga, cidade capital da província de Niassa. Trata-se de um ponto que faz com que o trânsito na EN13 seja de forma condicionada.
Este condicionalismo começou a verificar-se desde Fevereiro de 2021, período em que a ponte que ali foi implantada não resistiu à fúria das águas tendo culminado no seu desabamento e, como alternativa, foi instalada uma ponte com uma estrutura metálica.
A 10 de Outubro do ano em curso, por exemplo, a circulação de viaturas foi interdita a partir daquele ponto, devido ao desabamento da referida ponte metálica. A interdição durou por duas semanas, porque só na passada segunda-feira (24) é que os técnicos da ANE conseguiram repor a infra-estrutura.
“Temos já a ponte sobre o rio Natete aberta, depois de 14 dias de muito trabalho em que tivemos no antepassado domingo um pequeno constrangimento, mas tudo que estamos a levar a cabo era para que não ultrapassassem aquilo que era o prazo que propusemos para a interrupção da via. Portanto, temos aqui a ponte já aberta, em condições de fazer a transitabilidade com camiões com as cargas regulares”, garantiu Celso Mabjaia, delegado da ANE em Nampula.
O apelo de Mabjaia aos transportadores, é no sentido de, quando se fazem passar por aquele local, fazerem-se respeitando a placa de velocidade ali fixada, portanto, 20 quilómetros por hora, como forma de prolongar a utilização da mesma infra-estrutura.
“Apelar a todos os transportadores que utilizem bem a ponte, porque este é um bem público para todos nós. Sabemos que é uma infra-estrutura social que garante a transitabilidade. Dizer que é uma ponte metálica segura, por isso apelar mais uma vez aos transportadores para não danificar a mesma, transpondo-a com as velocidades moderadas, ou seja, 20 km/h, garantindo mais durabilidade e a vida da mesma”, referiu.
“Os transportadores não excedem o seu peso, principalmente os que passam nesta via, porque nós ainda não temos básculas fixas para garantir o controle das cargas. O primeiro conservador de estradas são os transportadores depois é que podemos vir nós porque eles são usuários da mesma, todos dias”, disse a fonte, lembrando que “a destruição desta ponte vem mesmo por causa dos embates que tem sofrido com a passagem dos camiões, eles não respeitam e embatem e ela fica fragilizada, como vimos desta vez, interrompemos o tráfego mesmo para substituir os elementos metálicos danificados por causa dessa acção dos transportadores, que é embater na ponte”.
Entretanto, questionado pelos jornalistas sobre para quando será erguida no local uma ponte definitiva para evitar o sofrimento dos utentes, Celso Mabjaia disse não ter datas para tal trabalho por, alegadamente, o seu sector estar desprovido de fundos para executar os trabalhos daquela natureza. Aliás, disse que está em curso um processo de negociação de fundos para garantir a construção da referida ponte. (Constantino Henriques)