Nampula (IKWELI) – Os líderes da circunscrição de Namiepe, no bairro de Namicopo, nos arredores da cidade de Nampula, também, estão na mira dos manifestantes, tal como acontece com os agentes da Polícia da República de Moçambique (PRM) ali residentes.
Alguns dos líderes tiveram de abandonar as suas residências por temer pelas suas vidas e dos seus, porque alguns indivíduos que supõe-se que sejam manifestantes e apoiantes do candidato presidencial Venâncio Mondlane pretendem invadir suas residências e executá-los por, alegadamente, pertencerem ao partido FRELIMO.
No arranque da fase 4×4 das manifestações, uma tentativa de invasão a 5ª Esquadra da PRM em Namiepe redundou em total fracasso e na sequência os manifestantes querem descontar a sua fúria nos líderes, alegando que traíram a sua causa.
“Na verdade, estamos preocupados porque em cada manifestação estamos a sofrer um roubo e crime, só para ver que mesmo nós que não estamos envolvidos nessa guerra, estamos a ser perseguidos, por exemplo, ontem tínhamos que correr de um lado para o outro, na minha casa já vieram manifestantes para assassinar-me a minha família, alegando que sou da FRELIMO, assim acabei saindo de casa junto com a minha família”, revelou Augusto Ramos, secretário do bairro de Namiepe.
Ramos fez saber, ainda, que durante a invasão a sua residência, alguns doentes do centro de saúde de Namiepe, também, foram atingidos. “Em Namiepe houve disparos e culminou com muita gente ferida e essas pessoas que foram baleadas não estavam na manifestação, esses foram baleados dentro do centro de Namiepe quando esperavam tratamento médico, então por conta das balas que partiram vidros as balas atingiram as pessoas que estavam sentadas, isso é muito preocupante, porque inocentes é que estão a perder a vida”.
Por sua vez, Anastácio Magalhães, um dos secretários que também foi vítima da fúria dos manifestantes, contou “eles primeiro foram a 5ª esquadra com objetivo de invadir, então quando a polícia impediu, eles acharam melhor passar nas casas dos secretários, foi daí que chegaram na minha casa e mandaram minha filha de 7 anos de idade para subir em cima da minha casa para tirar a bandeira do meu partido, vandalizaram a porta e entraram dentro da casa, levaram alguns bens e foram se embora”.
A fonte declara que já participou o caso as autoridades policiais e decorrem diligências para serem encontrados os autores destes actos. (Virgínia Emília)