Nampula (IKWELI) – As manifestações na catalogação 4×4 já começaram a ganhar terreno na cidade de Nampula, mais importante centro urbano do norte de Moçambique, e a Unidade de Intervenção Rápida (UIR) já está aos disparos.
Os primeiros sinais da manifestação 4×4 começaram a dar indicações as 8h23, quando no começo da rua unidade, doutro lado da zona da sipal, começaram a ouvir-se os primeiros sons de vuvuzelas e apitos.
Depois disso, não tardou que a cidade estivesse um caos. A coisa mudou de figuras. Até as 9h50 que fechamos esta matéria, as operações dos manifestantes eram dirigidas por adolescentes, os quais, transportando-se em motorizadas davam sinais para que as lojas que ainda estivessem abertas encerrassem as portas.
O primeiro momento de praxe observou-se entre o mercado novo e o mercado central da cidade de Nampula, um troço da avenida Paulo Samuel Kankhomba.

Nesta região, os manifestantes bloquearam a via, colocando barricadas de paus e pedras, incluindo pneus, perante um olhar impávido de agentes da Polícia de Protecção. Esta situação fez com que a população se colocasse em debandada.
Já na rua Monomotapa, que, também, atravessa o mercado central, outro grupo de adolescentes ia informando aos proprietários das lojas para encerrarem tudo.

A avenida Eduardo Mondlane, também, tinha dois bloqueios, todos na zona da Feira Dominical, onde pedras, paus e pneus queimados vingavam o “pobre” alcatrão do reinado de Paulo Vahanle.
Neste ponto, a UIR foi lá disparar contra tudo e todos e cenário idêntico verificou-se na avenida do Trabalho, bem na zona da sipal, onde um grupo de manifestantes que vinha do sentido da Faina foi recebido aos tiros de balas verdadeiras e de gás lacrimogénio. Os escritórios nas imediações não escaparam desta “distribuição” que foi ocorrendo até pouco depois das 9h45.

Estranhamente, na zona da sipal não há obstrução de via, como tem sido habitual, fora um acidente de viação envolvendo uma transeunte e um motociclista.
Os bairros de Carrupeia e Namicopo tentaram bloquear as suas principais vias, destacadamente a rua dom Manuel Vieira Pinto e a rua da França, mas a polícia respondeu com disparos.
A avenida das FPLM, também, está com o seu momento de tensão, bem depois da ponte sobre o rio Muhala, local conhecido por Coqueiros, onde, como é hábito, queimaram pneus e bloquearam a via.
Os manifestantes não deixam nenhum carro passar, com a excepção dos que eles escolhem para carregar os seus membros de um ponto para outro.
Parte dos manifestantes passam empunhando armas de brinquedo feitas com base em madeira. (Aunício da Silva, Amade Abubacar, Felismina Maposse e Malito João)