Nampula (IKWELI) – As principais valas de drenagem da cidade de Nampula, incluindo o sistema de esgoto, carece de manutenção e/ou limpeza periódica, pois a não realização destas actividades propicia a degradação da higiene e saneamento do meio.
Segundo os registos, a última vez que o sistema de saneamento do meio da cidade de Nampula mereceu uma intervenção de realce foi aquando da implementação do primeiro compacto do programa Millennium Challenge Account, por volta do ano 2014.
De lá para cá a situação continua na mesma, sem limpeza, sem manutenção, concorrendo para a proliferação do cheiro nauseabundo em parte significante da cidade cimento e na zona periurbana, pois os esgotos não evacuam as águas negras como deve ser pelo nível de entupimento em que se encontram.
Alguns pontos principais são as avenidas Eduardo Mondlane, Francisco Manyanga, Independência, 25 de Setembro, Trabalho, as ruas de Mueda, da cidade de Moçambique, Monomotapa e outros.
Por exemplo, no fim da avenida Eduardo Mondlane, no sentido noroeste, a situação é deveras preocupante, ocorre praticamente em todo o período do ano, afectando a conhecida zona da Pequena Cidade.
Os cidadãos andam agastados com a situação, tal como referiu, em entrevista ao Ikweli, João Martinho.
Esta fonte pede intervenção da edilidade local, no sentido de colmatar a situação.
“Para os que se fazem, de forma frequente nestes locais, como os comerciantes, é lamentável, porque diariamente passam por ameaça a saúde”, disse João Martinho, afirmando que “o município deve trabalhar arduamente para a garantia da saúde dos munícipes, também sabemos que as empresas que trabalham na cidade de Nampula fazem com que as valas de drenagens estejam entupidas por causa da falta de manutenção das mesmas”.
A dona Cecília, munícipe da cidade de Nampula, também culpa aos outros residentes de propiciarem a degradação do sistema de saneamento do meio, pois usam as valas de drenagem “para deitar o lixo e temos a falta de manutenção”, como também “os estabelecimentos hoteleiros contribuem muito para a poluição do meio ambiente”.
Instalada na rua da Vigilância como agente de serviços financeiros em carteiras móveis, a jovem Nilza Ibraimo diz que todos os dias deve suportar o cheiro nauseabundo, de forma a garantir o seu negócio.
“O cheio é um incomodo para todos nós e por vezes impede o exercício normal da minha actividade, quando o cheiro é intenso tenho me afastado por alguns minutos e assim abandono a minha banca e depois da situação amenizar regresso, acho que as coisas não devem funcionar assim”, comenta Nilza, que apela solução definitiva para o problema.
“O problema não é novo, temos ruas que para passar é preciso muita coragem e até tapar as narinas”, anota Abel Carlos, exigindo que “como qualquer munícipe o meu desejo é ver todas as ruas limpas e com menos cheiro para o bem comum”.
A vereação que cuida da higiene e saneamento do meio diz não ser da sua alçada a limpeza e/ou manutenção das valas de drenagem.
Assane Ussene, vereador do pelouro de Salubridade e Gestão Funerária no conselho autárquico da cidade de Nampula, respondeu ao Ikweli que “não pode toda altura ir à salubridade enquanto essa questão quem responde é o pelouro das Obras. Nós todos os dias estamos a trabalhar e sobretudo no que diz respeito aos resíduos sólidos, igualmente não posso todo momento sair nos jornais e recomendo que fale com outro pelouro”. (Nelsa Momade)