Nampula (IKWELI) – A província mais populosa do país e localizada na região norte, Nampula tem sido palco de recorrentes queixas por parte dos utentes que, vezes sem conta, deparam-se com a falta de medicamentos nas farmácias públicas, tal situação deve-se ao facto de desvio e tráfico de fármacos.
Por se provar o seu envolvimento na venda ilegal de medicamentos, o sector de saúde “colocou na rua” cerca de seis profissionais de saúde durante o período de 2022 e 2024.
Segundo avançou a médica-chefe provincial, Selma Xavier, trata-se de agentes de farmácia que prestavam serviços nas unidades sanitárias localizadas nos distritos de Moma, Larde, Murrupula e Nampula.
“No mês passado estivemos a trabalhar no mercado Juma e foram recolhidos alguns medicamentos, tivemos outros casos que foram encontrados no distrito de Murrupula. Tivemos seis casos de colegas da farmácia que foram expulsos de 2022 até 2024, fizemos seguimento do caso e encontramos a sua culpa nesta venda ilegal de medicamentos”.
Apesar de não assumir a existência de desvio de medicamentos, Xavier afirma haver venda ilegal desses insumos em algumas feiras e mercados da província.
“E é medicamento do sistema nacional de saúde, significa que o medicamento saiu da unidade sanitária ou do depósito, contudo, estamos a fazer um estudo multissectorial interno para ver como isso acontece”.
Contudo, Xavier garantiu que a província não tem falta de medicamentos nos depósitos “Temos todos insumos que nós precisamos para as unidades sanitárias, estamos a usar um processo de terciarização de medicamentos, significa que os medicamentos saem do depósito provincial para as unidades sanitárias e nesses locais tem depósitos e temos a farmácia pública dependendo da quebra do fluxo podemos ter falta de medicamentos num local ou no outro”.
A médica-chefe provincial falava a imprensa quando do workshop alusivo ao Dia Internacional da Luta pela Saúde da Mulher que é comemorado anualmente a 28 de Maio. O evento decorreu sob o lema “Pela Equidade ao Acesso à Informação e aos Serviços de Saúde de Qualidade”. (Ângela da Fonseca)