Nampula (IKWELI) – Subiu de 4 para 7 o número de óbitos causados pela cólera no distrito de Mogovolas, a sul da província de Nampula, segundo revelou o delegado do Instituto Nacional de Saúde (INS), Américo Barata.
Este número de óbitos era até ao último sábado, a quando da realização de uma sessão do Comité Operativo de Emergência (COE), dirigido pelo ministro da Saúde, Armindo Tiago.
“Um distrito está afectado neste momento e registou-se 193 casos de pacientes que foram atendidos no centro de tratamento de cólera”, disse Barata, que explica que há uma “taxa de mortalidade de 3,6%”.
Em face as desinformações sobre a doença, o delegado INS em Nampula recordou que “a cólera transmite-se através da ingestão de água e contaminação de alimentos, fezes ou vómitos de um doente, então se a cólera não for tratada, pode evoluir para uma desidratação rápida e a morte pode ocorrer em menos de 24 horas. Um dos factores de risco da doença é o consumo de água imprópria ou não tratada em fontes inseguras, retiradas em correntes de rios estagnadas, poços, gestão de lixo, fecalismo a céu aberto, falta de higiene individual ou colectiva e falta de informação sobre a cólera. O elevado nível de desinformação está a criar medo aos líderes comunitários e religiosos”.
Américo Barata revelou que as autoridades de saúde têm feito visitas as casas dos afectados pela doença e que “após a confirmação dos óbitos, houve necessidade de visitar residências no sentido de evitar níveis altos da doença, tendo culminado com pelo menos 1206 casas, destas, apenas 303 apresentam mínimas condições, o que corresponde a 24% contra 65% que praticam o fecalismo a céu aberto, colocando em risco outros pontos da região norte de país”.
Na mesma ocasião, o ministro da Saúde, Armindo Tiago, também mostrou-se preocupado com o nível de desinformação sobre a doença. “Estamos preocupados com a evolução da cólera no distrito de Mogovolas, existem várias questões críticas, a primeira é o elevado nível de desinformação protagonizado por vários grupos, agora não temos a certeza se são motivações políticas, mas a consequência da desinformação está levar a um surto de cólera naquele distrito, porque estão a dizer que os profissionais de saúde, activistas, líderes religiosos e comunitários são os que estão a trazer a cólera, assim como as unidades sanitárias, disse Tiago, concluindo que “devemos fazer mais esforço, profissionais de saúde, administradores, líderes religiosos e comunitários, são chamados a darem o seu contributo para eliminar a cólera e as instituições que lidam com situações de fornecimento de água devem aumentar mais a água potável”. (Virgínia Emília)