Nampula (IKWELI) – O director da Ordem no Comando Provincial da PRM em Nampula, Gilberto Inguane, disse a imprensa que o candidato presidencial Venâncio Mondlane dispensou protecção da corporação quando desembarcou no aeroporto local, como também garantiu que vinha ao maior círculo eleitoral do país para uma agenda privada.
Segundo disse, não tem ideia o que teria feridos os jovens do PODEMOS que foram socorridos para o Hospital Central de Nampula (HCN), por isso mesmos garantiu que, pessoalmente, poderá se deslocar para àquela unidade para poder perceber do baleamento.
Esta fonte disse que a corporação predispôs-se a proteger Venâncio Mondlane quando chegou à cidade de Nampula, ele “repudiou a nossa oferta”.
“Cerca das 8horas e 20 minutos, o candidato presidencial suportado pelo partido PODEMOS, Venâncio Mondlane, desembarcou para uma visita para uma visita a província de Nampula e quando abordamos para garantir a proteção dizia que era privada e a partir daquele instante o candidato mostrou que não tinha interesse, ele pretendia estar num fórum fechado, de tal forma não comunicou às autoridades a sua vinda a Nampula e nem havia comunicado a imprensa, porque não é uma visita oficial, é uma visita privada”, explicou Inguane, prosseguindo que “a saída do aeroporto foi tendo paragens ao longo da via para saudar a população e a polícia estava a proteger, na medida que foi se movimentado para no interior da cidade começou a perturbar a normal circulação de pessoas e bens e começou a criar embaraço na via. Abordamos a comitiva que o acompanhava em duas viaturas, no sentido de seguir o itinerário. A polícia definiu, a princípio concordou, sucede quando foi avançando com a marcha, quero acreditar, se emocionou vendo avalanche de pessoas que o seguiam e decidiu que tinha seguir uma rota contrária a indicada, a polícia orientou para que não fosse aquela rota que levava até Academia Militar e ele orientou a população a confrontar a polícia e a população começou a confrontar a polícia e alguns, recorrendo a pedras, e a polícia foi obrigada a usar métodos de dispersão e a partir daquele instante o mesmo seguiu a via que indicámos, mas arrastou as massas para o bairro chamado Matadouro e novamente a população veio contra a polícia e há relatos de queimas de pneus”.

Gilberto Inguane garantiu que “neste momento a situação na nossa província está controlada e calma”, pois “depois da intervenção policial, há livre circulação de pessoas e bens, mas temos informações que esse candidato orientou a população para usar bombas caseiras de combustível para atacar a polícia e outras instituições”, por isso “apelamos novamente para os políticos que não incitem a violência, não usem a população para alcançar fins que a população desconhece”.
Esta fonte assegurou, também, que 4 indivíduos foram recolhidos para as celas da corporação para responsabilização por estes actos.
3 Feridos no HCN
O Ikweli dirigiu-se ao Hospital Central de Nampula (HCN), onde, pelo menos, 3 (três) jovens feridos na sequência encontravam-se a receber cuidados nos serviços de urgência.
Estas vítimas dizem que foram baleados por agentes da Polícia da República de Moçambique.

“Eu sou membro do PODEMOS. O presidente [Venâncio Mondlane] veio aqui em Nampula e solicitaram todos os membros para aparecer e receber no aeroporto…a direção era para irmos até a delegação, como ele vinha da Suécia, então passamos do mercado Central, a descer para a Rotunda, então lá, a polícia chega, fecha todo o caminho, proibiu todos membros passarem, fechou todas ruas onde Venâncio queria passar até a delegação, então seguimos para o parque, é quando a polícia estava a vir a nos perseguir. Eu fui baleado as duas pernas. A nossa marcha era pacífica, não era uma coisa de confusão, era pacífica, porque nós iriamos receber, não tinha nada a ver com violência”, disse Bernardo Custódio, uma das vítimas.
Um outro ferido, entrevistado pelo Ikweli, disse que “eu digo que o governo de Moçambique está a nos agredir. Nós recebemos nosso presidente Venâncio Mondlane pelas 8horas, então chegamos na zona do Matadouro, a Polícia começou os disparos, assim como estão a ver aqui, este braço, esta bala ia directamente para o nosso presidente, eu defendi a ele, eu dei minha vida”.
Dos 3 feridos, pelo menos um está em estado grave. (Malito João e José Luís Simão)