Nampula (IKWELI) – O presidente do partido Acção do Movimento Unido para Salvação Integral (AMUSI), Mário Albino, considera que os resultados intermédios divulgados pelos órgãos eleitorais não reflectem os votos depositados na urna a favor da sua agremiação.
A Comissão Provincial de Eleições (CEP) de Nampula divulgou, na noite da última segunda-feira (14), os resultados intermédios da votação do passado dia 9 de Outubro corrente, onde para a eleição de deputados da Assembleia da República, o AMUSI obteve um universo de 3870 votos, a passo que para os membros da Assembleia Provincial e consequente eleição do governador provincial, o AMUSI conseguiu 7834 votos.
Os referidos resultados dão vantagem ao partido Frelimo e seus candidatos. Para as presidenciais, por exemplo, o candidato da Frelimo, Daniel Chapo, obteve 504 786 votos, contra 216 826 de Venâncio Mondlane, suportado pelo PODEMOS, 94 606 votos para Ossufo Momade da Renamo e 31 070 votos para Lutero Simango do MDM.
Para as Legislativas, a Frelimo conseguiu, ao nível da província de Nampula, 476 542 votos, seguida pelo PODEMOS com 156 631 votos, Renamo com 106 649 votos e MDM 31 342 votos. Outras formações não obtiveram resultados significativos.
Entretanto, o líder do AMUSI entende que os resultados ora tornados públicos sofreram de viciação por parte dos gestores eleitorais, justificando que, se fossem considerados os votos depositados na urna, o seu partido teria resultados positivamente surpreendentes.
Mário Albino fala, por exemplo, dos postos administrativos de Muite, Namina, distrito de Mecubúri, e outros pontos, onde o partido foi massivamente votado, o que não se reflecte nos resultados já tornados públicos pela Comissão Provincial de Eleições de Nampula.
Face a estas constatações, o timoneiro do AMUSI fez saber que o partido já submeteu várias reclamações junto das instâncias competentes, visando a anulação deste processo de votação, de forma a levar Moçambique a viver uma verdadeira democracia multipartidária.
“O dinheiro que o povo contribuiu pagando seus impostos, quer ver exactamente eleições livres, justas e transparentes. Não só, o povo perde muito tempo para ir recensear, fazer campanha, para no dia de votação aparecer um grupo de moçambicanos que montam escritórios ocultos para virar tudo aquilo que foi o desejo de um povo, aquilo que é o desejo de um povo ser desenhado por uma dúzia de pessoas, isso não pode acontecer em nenhuma parte do mundo. A situação de Moçambique é grave, estamos a apelar a comunidade internacional, a sociedade civil, para que essas eleições sejam repetidas, devem acontecer eleições de novo, porque essas não foram eleições”, precisou Mário Albino, Presidente do AMUSI. (Constantino Henriques)