Nampula (IKWELI) – A Associação de Viúvas Teresa Grigolino, na província de Nampula, tem vindo a apostar na criação de frangos como forma de sustentar suas famílias e por via disso, melhorar sua situação económica delas.
Em entrevista ao Ikweli, a presidente da associação, Maria Amina Sebastião, explicou que o projecto de avicultura oferece uma renda meramente estável as mulheres daquela agremiação.
Na ocasião, a interlocutora revelou que a quando da criação da associação em 2003, a primeira actividade que decidiram abraçar para gerar renda familiar foi o negócio de venda de bolinhos. Entretanto, por conta da concorrência, pensaram no projecto de avicultura, que teve o início em 2015.
“Reunimos e chegamos a um consenso que temos que procurar um outro projecto, que é a criação de frangos”.
No arranque do projecto, chegaram a criar cerca de 600 frangos, no entanto, por conta de uma epidemia que assolou a província perderam todos. Com o apoio da Direcção Provincial do Género, Criança e Acção Social, conseguiram reerguer-se e seguir com o projecto. Na altura, a instituição as apoiou com duas caixas de pintos e um saco de ração.
Contundo, um dos grandes desafios tem sido a aquisição de insumos para sustentar os pintos durante 35 dias, período que estes levam para atingir um peso considerável para a comercialização.
“Como tivemos essa fraqueza que está relacionada com a mortalidade de pintos, ultimamente o lucro é muito menor. Ficamos sem nada, nosso capital ficou fraco totalmente e tivemos que tirar aquilo que seria o nosso fundo para comprar mais pintos para não ficarmos paradas. O preço da ração está cada vez mais puxado, temos que adquirir vacinas também para mantê-los saudáveis”.
Com a venda dos frangos, a associação diz que consegue arrecadar valores significantes que é distribuído as associadas por forma a que consigam sustentar seus filhos.
Porém, vezes há em que o rendimento não é tão satisfatório, daí que “quando não é suficiente não distribuímos nada, continuamos a trabalhar, o que é melhor do que pegar no dinheiro comer e depois sentar em casa sem fazer nada”.
Maria Amina revelou que uma das tarefas da associação é sensibilizar as mulheres viúvas a nunca desistirem da vida após a morte dos seus cônjuges e uma das apostas deve ser o empreendedorismo, visto que fazem parte de um grupo de vulnerável que muitas vezes são apontadas como causadoras do desaparecimento físico dos seus parceiros.
A presidente fez saber que a associação já contou com mais de 30 associadas, sendo que neste momento ficaram com apenas nove. (Ângela da Fonseca)