Nampula (IKWELI) – O técnico principal do Clube Ferroviário de Nampula, Artur Macassar, ou simplesmente Turito, queixa-se dae existência de alguns elementos da direcção do clube Ferroviário de Nampula que não o querem como timoneiro da agremiação, por razões desconhecidas, facto que, de certa forma, compromete o desempenho esperado da equipa que milita no campeonato nacional da primeira divisão sénior masculino, o Moçambola da presente temporada futebolística.
Turito, recorde-se, assumiu o comando técnico do clube Ferroviário de Nampula desde as primeiras jornadas da segunda volta do Moçambola do ano passado, sucedendo a Antoninho Muchanga. Na altura os autoproclamados axinenes de Nampula enfrentavam uma tremenda crise de resultados desportivos na competição.
Com Turito no comando técnico do Ferroviário de Nampula, a equipa melhorou admiravelmente a ponto de passar a disputar o título do Moçambola que só não conseguiu após sofrer derrota no jogo da última jornada da competição, diante da União Desportiva de Songo, o que concorreu para que terminasse a época em terceiro lugar.
A contratação de Turito para assumir o comando técnico dos axinenes de Nampula não foi de consenso de todos principais intervenientes do clube, pois duvidavam das suas qualidades para dirigir a agremiação, num ano em que o técnico foi precocemente demitido no Clube Ferroviário de Lichinga.
Após os resultados conseguidos nas poucas jornadas em que esteve na linha da frente do clube, a direcção locomotiva renovou confiança no técnico para este ano. Nesta época a equipa teve um bom arranque do Moçambola, apesar de um começo ruidoso na pré-epoca. Entretanto, volvidas seis jornadas a equipa começou a enfrentar uma inexplicável crise de resultados, ilustrado por um empate caseiro diante do Textáfrica de Chimoio, seguindo-se por duas derrotas consecutivas diante do Ferroviário de Lichinga e do Costa do Sol, um empate diante do Baía de Pemba, para além de uma surpreendente eliminação da Taça de Moçambique, diante do Desportivo de Pemba, equipa da segunda divisão.
No Moçambola, a equipa do mister Turito é neste momento a quarta classificada com 18 pontos, estando atrás dos colossos do futebol nacional, Associação Black Bulls, Costa do Sol e União Desportiva do Songo.
Para Macassar, a quarta posição é enganosa, pois ao avaliar pelo plantel que dispõe nesta época a equipa estaria nas primeiras três posições do campeonato. O técnico associa o alegado fracasso da equipa ao facto de existirem alguns elementos do clube que não concordam com a sua permanência como timoneiro da colectividade, por isso, alegadamente empreenderam uma acção de sabotagem ao seu trabalho.
O desabafo do técnico foi momentos após vencer a equipa do Brera Tchumene, por 2-1, em partida de acerto da 11ª jornada do Moçambola, disputada no último fim-de-semana, quebrando, assim, o jejum de quatro jornadas da competição, sem vencer.
“Precisávamos ganhar mesmo para procurar outro ânimo, porque há muita coisa aqui dentro, muita coisa mesmo, já não é de Turito, não é de jogadores, eu sinto e vejo que muita, muita coisa por detrás disso”, começou por dizer o técnico.
“Esta equipa não merecia esses pontos que tem, mas cá estamos, trabalhamos arduamente, mas cá estamos. Mas nós vamos continuar a trabalhar e o que importava mesmo era chegar aqui e procurar a todo custo os três pontos e os jogadores estavam cientes disso e, apegaram-se, mataram-se e a nossa dignidade está lá. Vamos continuar a trabalhar. Vai começar a segunda volta, então, vamos continuar a lutar contra aqueles que não nos querem aqui”, acrescentou o técnico, sem transparecer quem na verdade não lhe quer no comando técnico dos axinenes.
Os golos que ditaram a vitória do Ferroviário de Nampula foram apontados por Nazir e Quaresma, todos na primeira parte da partida. Na segunda parte, Brera Tchumene reduziu a desvantagem, para 2-1, por intermédio de Adinan.
Na análise da partida, Dário Monteiro, treinador do Brera Tchumene, limitou-se a criticar o trabalho da equipa da arbitragem, por entender que influenciou grandemente para a derrota da sua equipa. Para o técnico, o segundo golo do Ferroviário de Nampula não devia ser validado pois surgiu de um fora de jogo. Por outro lado, reclamou uma jogada em que seu jogador foi impedido de progredir justificando que não houve fora de jogo. (Constantino Henriques)