Nampula (IKWELI) – Um idoso de 59 anos de idade, residente na unidade comunal de Cossore, no bairro de Muatala, nos arredores da cidade de Nampula, é acusado de violar sexualmente, desde 2022, uma menor de 12 anos de idade e que padece de problemas de saúde mental.
Ao mesmo violador, que é conselheiro para pessoas vivendo com o HVI/SIDA no Hospital Geral de Marrere, é imputada a culpa de ter transmitido o vírus do HIV a menor.
Os pais da vítima descobriram estes actos indignos e recorrentes em maio do corrente ano, tendo-se apercebido que o violador ameaçou a menor chantageando-a de que mataria os seus progenitores caso o denunciasse.
“Essa situação descobri por conta dos movimentos da minha filha, assim como a mudança de comportamento dela, porque vinha, cada vez mais, tarde em casa e já não queria viver na minha casa só apenas em casa da avó dela”, conta mãe da menor, afirmando que “para eu não saber que ela foi violada, primeiro porque não vive totalmente na minha casa vive em casa da avó, segundo, o dia que chegou na minha casa ela só me disse que estava a sangrar no xixi [órgãos genitais]. Eu achei que era menstruação normal, não me tinha apercebido que ela tinha sofrido uma violência sexual, isso foi no dia 11 de Dezembro de 2022 eu só descobri no início do mês de maio deste ano 2024”.
Num outro desenvolvimento, esta fonte explicou que “nos primeiros dias, quando eu lhe investiguei, ela não queria falar nada, estava a ter medo, alegando que o tal violador tinha feito promessas e ameaça de morte a toda família dela. Logo, eu pedi alguém da família, no caso a tia da menina, para tentar procurar saber o que estava a acontecer, isso já foi no dia 13 de Maio do ano em curso”.
“A menina conseguiu falar para a sua tia o que estava a acontecer com a mesma, e disse que o tio Gerónimo (violador) começou a usar-me há muito tempo, mesmo o dia que começou a usar-me eu fiquei uma semana a sair sangue. Quando a tia pergunta a menina porquê não ter revelado há bastante tempo, ela disse que tinha medo que eu perdesse a vida como tinha prometido para a menina caso ela não falasse”.
O caso só chegou as autoridades policiais porque uma vizinha da família decidiu denunciar, a qual, também, já anda desapontada pela morosidade com que a polícia está a tratar do assunto.
“O violador não se fez presente no dia marcado, preferiu aparecer e pedir desculpas na casa da minha família, pedindo para que eu desistir do processo, eu recusei o pedido de desculpas na primeira, por conta da minha família me deixei levar e lhe coloquei algumas condições, o mesmo não cumpriu com aquilo que a gente combinava, por cima ele saía à rua nos chamando de analfabetos e pobre e que a gente carecia daquilo que tinha lhe colocado como proposta”, disse a mãe da vítima.
Igualmente, não estando o processo a correr como deve ser no posto policial de Muatala, a família levou o caso para a 1ª Esquadra da Polícia da República de Moçambique (PRM), que também não está mexendo palha alguma.
“Levei o processo ao posto policial de Muatala, assim como a 1ª Esquadra da PRM, no dia 16 de maio. Estivemos à espera dos resultados do hospital para ver se houve violência sexual”, concluiu a mãe da menor que clama por justiça. (Hermínio Raja)