Nampula (IKWELI) – Munícipes da cidade de Nampula, no norte do país, consideram exageradas as taxas cobradas para a aquisição de espaços para sepultamento de restos mortais nos cemitérios geridos pela edilidade.
Há casos, segundo apurou o Ikweli, que famílias chegam a pagar até 10.000,00Mt (dez mil meticais) para adquirir um espaço em cemitérios que, oficialmente, estão encerrados.
Os cemitérios Velho, de Napipine, e da Faina são exemplos de locais onde estas cobranças ocorrem, maioritariamente sob comando directo dos coveiros.
“Agora a situação está um pouco calma, mas no princípio do ano passado enterramos dois familiares ali no cemitério velho”, conta o cidadão Juma Artur, enfatizando que os seus tios tiveram de despender, pelo menos, 10.000,00Mt.
Um cidadão que falou em anonimato disse que o grande problema das pessoas é não seguir as vias legais, preferindo usar “corta-matos”, por isso é que são cobrados valores exorbitantes.
“Nós escapamos dessas cobranças ilícitas quando perdemos nosso irmão, porque usamos todos trâmites legais, enquanto algumas pessoas quando perdem o seu familiar querem tudo usar as vias maquiavélicas por isso acontecem esses cenários. Somente quando queríamos construir campa queriam nos burlar porque quando fomos para lá estavam a aplicar uma taxa de 2.500,00Mt (dois mil e quinhentos meticais), depois eu acabei ligando para alguém do município e me disse aqui no BAU (Balcão Único de Atendimento Municipal) está 500,00Mt (quinhentos meticais), fui lá tratei, quando cheguei aqui mostrei o recibo”.
Assane Ussene, vereador de pelouro de Salubridade, Higiene e Gestão Funerária no município da cidade de Nampula, disse que a edilidade é contra qualquer tentativa de corrupção, daí que garante responsabilizar exemplarmente os envolvidos nesses casos.
“Não é admissível cobranças ilícitas, é um acto de corrupção, então deve haver julgamento nesse sentido, nós não gostaríamos que tivéssemos situações desse género”, disse o vereador que ameaça expulsar quem se envolver nessas práticas.
Ussene fez saber que, ao nível na urbe, existem três (3) cemitérios municipais e mais de 2.130 (dois mil, cento e trinta) comunitários. E no que tange a situação dos cemitérios municipais a fonte disse que estão cheios com a excepção das pessoas que fizeram reservas familiares de espaços no passado.
O vereador disse que as taxas cobradas são inerentes a tabela de 2020, que ainda não foi actualizada pela nova edilidade.
“Entre esses três cemitérios, neste momento o que está disponível é o cemitério do Lourenço, e o cemitério velho na rua da Unidade, apesar de ter alguns espaços reservados também está superlotado. E no que concerne as taxas funerárias, nós temos diversas taxas relativas a esta área. Temos abertura de coval que está a 200,00Mt (duzentos meticais), reserva de lugar 2.000,00Mt (dois mil meticais) por cada ano, isto é, em 25 anos a pessoa paga uma taxa de 50.000,00Mt, (cinquenta mil meticais), exumação de restos mortais, esses serviços estão na ordem de 10.000,00Mt (dez mil meticais), trasladação de urna para fora do município é 500,00Mt (quinhentos meticais), construção de capas é 500,00Mt (quinhentos meticais), dizimação de cadáver 10.000,00Mt (dez mil meticais), cremação está a 2.550,00Mt (dois mil e quinhentos meticais) e auto verificação de óbito autenticado são 100,00Mt (cem meticais)”, afirmou Assane Ussene, sublinhando depois da revisão significa que algumas taxas poderão ser actualizadas em alta ou em baixa. (Malito João)