Nampula (IKWELI) – A Polícia da República de Moçambique, no distrito de Ribáuè, na província de Nampula, neutralizou esta segunda-feira (20) um indivíduo pertencente a um grupo de três elementos indiciados de tirar a vida a um menor com problema de pigmentação da pele, no posto administrativo de Alto Ligonha, na vizinha província da Zambézia.
O acto macabro foi praticado há um mês naquele ponto do distrito de Gilé, quando os três jovens, por sinal amigos da vítima que se presume ser de 17 anos de idade, tiraram a vida do menino, convencidos de que só assim sairiam da pobreza.
Após tirar a vida, os malfeitores enterraram os restos mortais do finado numa mata, nos arredores de Alto Ligonha. Volvido um mês, segundo contam as autoridades policiais, em Ribáuè, os indiciados desenterraram o corpo, tendo retirado os ossos para a alegada venda, num montante estipulado em dois milhões de meticais.
Dos três indivíduos, dois deles conseguiram escapulir da acção da Polícia em Ribáuè, sendo que um, por sinal jovem de 23 anos de idade, está neste momento nas celas daquele território localizado no noroeste da província de Nampula.
“Assassinaram um albino de aparentemente 17 anos, em Alto Ligonha, na Zambézia, e foram enterrar como se fosse uma cerimónia normal, isso aconteceu no mês passado. Deixaram lá na sepultura um mês, depois foram retirar do caixão, tiraram as ossadas e deixaram secar por algum tempo e fizeram contacto com uma nossa fonte cá, em Ribáuè, a dizer que estavam a vender ossadas”, começou por contar Meragi Amiro Taju comandante distrital da PRM em Ribáuè.
“A nossa fonte entrou em contacto connosco de que havia alguém que estava a vender ossadas. Então fizemos uma emboscada. Eles trouxeram lá mesmo da Zambézia até numa mata aqui em Namigonha. Fomos nós, polícia com a fonte que nos deu a informação, e simulamos que queríamos comprar as ossadas. Eles estavam a vender a dois milhões de meticais (2.000.000,00Mt)”, prosseguiu o número um da corporação, em Ribáuè.
Segundo acrescentou a fonte, os indiciados traziam as ossadas numa pasta e quando abriram a polícia verificou tratar-se, de facto, ossadas humanas e que “acabamos neutralizando um. Eram três, mas dois conseguiram escapulir, ficamos com um, cidadão de 23 anos. Todos são de Alto Ligonha, na Zambézia, só que aqui estavam à procura do mercado”.
Trata-se do primeiro caso deste tipo de crime a ser registado, este ano, no distrito de Ribáuè. Para evitar que aquela acção macabra continue a intensificar-se nas comunidades moçambicanas, o comandante distrital de Ribáuè reitera o apelo à toda sociedade a ser vigilante e denunciar qualquer tentativa da tal prática desumana.
“É sempre bom chamarmos atenção às pessoas, temos que ser mais vigilantes, porque são ossadas de albinos. Os albinos são pessoas, é claro que tem problemas de pigmentação, mas são pessoas normais. Então, apelar aos cidadãos para que sejamos vigilantes. Os albinos precisam mesmo de protecção e são factos curiosos, nesse caso há conivência do tio da vítima e quem acabou matando são os amigos do tal albino. Então, temos que ser mais vigilantes”, precisou Meragi Amiro Taju. (Constantino Henriques)
