Matola (IKWELI) – A semana que caminha para o fim está sendo vital para a política moçambicana, pois o partido no poder desde a independência nacional, Frelimo, pressiona-se para encontrar um candidato para as presidenciais de outubro próximo, que deverá substituir Filipe Nyusi, o qual, indirectamente, os seus propagandistas têm vindo a tentar vender freneticamente a ideia de um terceiro mandato.
Entre hoje e amanhã realiza-se a sessão do Comité Central, mas antes antecedeu-se a realização de sessões das organizações sociais do partidão, precisamente a Organização da Juventude Moçambicana (OJM), Organização da Mulher Moçambicana (OMM) e Associação dos Combatentes da Luta de Libertação Nacional (ACLLN).
Da OJM, que se propaga o futuro do país, nada se ouviu sobre a inclusão na agenda da reunião do Comité Central a escolha e/ou eleição do candidato da Frelimo para as presidenciais, como também, habituada a sociedade que está, esta organização apenas ficou nas hossanas e bajulas ao actual presidente, fazendo passar a ideia de que um futuro líder deve-se parecer com o actual.
Por sua vez, a OMM, também, pouco fez, senão limitar-se em apelar para que se encontre um candidato com perfil não mercantilista. Foi Isaura Nyusi, presidente da OMM e esposa do presidente da Frelimo, que disse isso.
A ACLLN, no seu melhor, e como sempre, Óscar Monteiro, considerado o homem que fixou a data em que seria proclamada a independência nacional, no auge de 1974, levantou o debate sobre a sucessão do poder no partido.
“Esta agenda toca questões internas e organizativas da nossa associação e esses pontos têm de ser debatidos de tempos em tempos, mas não podem ignorar as questões mais importantes que o país tem que enfrentar”, disse Monteiro na sua primeira intervenção na sessão da ACLLN, mesmo com a tentativa de interrupção por parte do presidente da Frelimo, mas mesmo assim este antigo combatido não se encolheu e prosseguiu afirmando que “infelizmente, o nosso Comitê Central não se tem mostrado à altura, permitam-me dizer com a mesma franqueza com que devemos falar e que nos deve caracterizar durante esta reunião”.
Até ao princípio desta manhã, publicamente, apenas conhecia-se da pretensão de Samora Machel Júnior em concorrer para ser candidato da Frelimo às eleições de outubro próximo, todos os outros pré-candidatos ainda não se manifestarem ao público. (Redação)