Maputo (IKWELI) – O Ministério da Saúde (MISAU) e parceiros juntaram-se no princípio desta semana, na cidade de Maputo, para discutir sobre a eliminação da oncocercose no país.
A oncocercose, segundo o MISAU, integra a lista das doenças tropicais negligenciadas e é uma infeção causada por um parasita nemátodo designada por onchocerca volvulus, que é uma mosca negra fêmea, um insecto encontrado principalmente em zonas que se localizam perto de rios.
De acordo com a MISAU, os sintomas mais frequentes da oncocercose afectam a pele, incluindo a existência de nódulos subcutâneos e lesões de pigmentação e, em certos casos, a doença afecta os olhos e pode levar a cegueira, constituindo assim a segunda causa mais importante de cegueira induzida por um agente infeccioso
No entanto a Organização Mundial da Saúde (OMS) diz que cerca de 220 milhões de pessoas vivem em regiões de risco elevado para o desenvolvimento desta infecção no mundo.
Segundo o vice-ministro da Saúde, Ilesh Jani, em 2019, pela primeira vez, Moçambique realizou um estudo mais rigoroso, em sete distritos nas províncias de Niassa (Mecanhelas, Sanga e Lago), Zambézia (Milange e Morrumbala) e Tete (Marávia e Cahora Bassa) e “este estudo evidenciou a presença do vector transmissor da oncocercose, assim como a alta frequência de testes laboratoriais positivos em humanos em quatro dos distritos estudados”, precisamente dois em Niassa e dois na Zambézia.
A reunião do princípio da semana, que juntou peritos, teve como objectivo analisar o ponto de situação actual da doença em Moçambique, assim como contribuir para o estabelecimento de um Comité Técnico para orientar o processo da eliminação da oncocercose, enquanto problema de saúde pública no nosso país.
Por seu turno, Quinhas Fernandes, Director Nacional de Saúde pública, anotou que “estamos rodeados de dois países que são híper endémicos que estão a implementar um programa de eliminação e, por isso, mesmo que como país, julgamos que deveríamos trazer peritos internacionais que tem domínio desta matéria para se juntarem aos peritos nacionais sobre a oncocercose para em conjunto analisarmos e decidir quais são os passos mais adequados que o país deve tomar”.
A reunião, segundo Fernandes, visou, “essencialmente garantir que obtemos o melhor aconselhamento possível, a definição de um comitê de peritos nacionais para em diante, em função do que decidirmos, passarmos a alinhar com oncocercose no país”.
A Oncocercose é endémica em dois países da África Austral, precisamente o Malawi e a Tanzânia, dois países que fazem fronteira com Moçambique, nas zonas centro e norte. (Antónia Mazive)